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sábado, 13 de agosto de 2011


Nessa madrugada do dias dos pais, peço a todos os meus amigos leitores que dediquem um “Pai nosso” para o músico, engraçado, autêntico e melhor pai do mundo (pelo menos pra Juninho, Mamá e nego Dan), o nosso amigo CAJÉ. Ele ta em Salvador, dodói, mas tenho certeza que ele vai ficar novo que nem um côco.
Saúde, Cajé! Muita saúde e volte logo...
Essa foto aí é a família Cajé. Como já disse pra Daniel um dia, uma das mais bonitas e sólidas da nossa cidade.
FELIZ DIA DOS PAIS!!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O café do corujão


Ontem a cidade de Salvador acordou um pouco triste com a morte dos nove operários que fatalmente se acidentaram num empreendimento em construção.
Eu convivo diretamente com as duas classes, a do patrão e a dos operários, portanto, conheço perfeitamente a relação existente entre eles. Como a JMFagundes (empresa de papai) é pequena, trabalha apenas para iniciativa privada e tem poucos empregados, a relação é estreita, podendo aqui assegurar que muitas vezes é pai e filho. Relação essa muitas vezes reconhecida na forma de se pagar, no respeito às suas dignidades, preocupação com as famílias, apoio em novas conquistas (casas e automóveis), gratificações que enaltecem e valorizam os seus amigos/colaboradores.
No depoimento dos amigos dos trabalhadores acidentados, eu vi em cada rosto a verdade, ao dizer que ali existia uma relação de amizade, de irmandade, de família, porque é exatamente assim que eles se comportam, como verdadeiros irmãos. Do transporte de manhã cedo ao retorno, mesmo cansados do dia intenso de trabalho.
Esse remelexo todo foi pra contar uma história de um amigo nosso lá de Jacobina, que também me veio à memória ao saber da tragédia.
Creio eu que era um dia de segunda, o plantão começava na madrugada de domingo e se encerrava às seis da manhã. Uma máquina quebra e dois mecânicos são chamados para a galeria, a fim de consertar qualquer erro comum. Foi aí então que um “choco” (pedra em falso nos tetos das galerias, oriundas das detonações em minerações) cai por cima dos dois operários e fatalmente vem a falecer. Como era conhecido nosso, papai com seu extinto “resolve problemas”, toma decisão.
O telefone lá de casa toca e papai fala para mamãe:
- Lícia, vai à casa de Zé e diz, com jeito, que Chico morreu...
Como se existisse jeito de falar um negócio desses, mamãe diz:
- Ta certo.
Ao chegar a casa dona Maria estava na cozinha, terminando de passar um café fresquinho, torcendo a colher dentro do coador, espremendo as ultimas gotas sobreviventes.
- Oi Lícia, entre! Vamos tomar um café? Que novidade é essa?
- Ô mulher, nem me fale... tava passando e vi a senhora. Passei pra dar um “oi”.

Sem nem dar o tal “oi”, mamãe sai da casa e entra no carro chorando, sem saber como dizer a aquela mãe que tava fazendo café, esperando o filho voltar do corujão que ele não mais voltaria.