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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Dia de eleição - Poema de Zé Fagundes


Compartilharei agora com vocês um poema escrito por Zé Fagundes, meu avô paterno. Como não quero esperar o dia de chamá-lo de saudoso ou in memorian, divulgo com o prazer de ter escutado os versos da boca dele. Como é um papel muito antigo (1952), tive o cuidado de plastificar e trazer comigo pra Salvador. Fará parte da minha biblioteca, caso venha ter. Se contrário for, mostrarei a todos que tiver oportunidade. Me orgulha bastante.
Uma amiga perguntou se eu achava isso e se achava isso também do meu pai. Disse que sim. Se ele aceitou o desafio de entrar na política, que seja então encarado como tal. Cabe a ele fazer diferente.
Espero que vocês possam se deliciar um pouco do muito que eu me lambuzei com esse pedaço de papel.
A foto somos nós numa tarde de Janeiro de 2013, na calçada de São José de Mipibu, RN.



"O rico conhece o pobre só no dia da eleição
se vê a gente de longe
vem sorrindo e aperta a mão.
Tira o chapéu, da bom dia,
todo cheio de atenção
pergunta pela família, pelos pais, pelo irmão.

Para apanhar os nossos votos
promete o que nunca dá;
Te dou cavalo arriado,
te dou casa pra morá.
Te dou escola pros fios,
dou ponte pra tu passar,
dou emprego na cidade,
dou campo par tu virar,
dou roupa pra tu vestir,
dou dinheiro pra gastar!

Te nomeio delegado,
dou prestígio no arraiá.
E se ficares criminoso,
da prisão vou te tirar.

Mas depois do voto dado,
se a gente vai reclamá,
ainda nos da reclamação.
Malandro, vai trabaiá
Vai caçar o que fazer
Senão te meto o facão.
E se tu se arretar,
eu te boto na prisão.

São os resultados que contamos na eleição."

Santo Antônio, RN. 1 de maio de 1952.
José Augusto Fagundes

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Alô meu Rio Grande do Norte


Depois de 3 anos estarei voltando ao meu Rio Grande do Norte. Vôo pinga-pinga marcado pra amanhã (Sábado - 12 de janeiro de 2013) e retorno domingo (27 de janeiro). Como numa postagem anterior, vou com um receio e cheio de saudade e alegria.
O receio fica por parte de está vivendo outro momento. Os meninos agora têm audiências, as meninas têm faculdade, etc...A alegria é mais fácil de detectar. Alegria movida pela saudade da praia, de São José, de Ponta Negra, Lagoa Seca, Tabatinga, Arituba e tantas outras coisas.
Serão 15 dias legais, para descansar principalmente das minhas manhãs de aula e tardes de PAF's.
Deixarei em Salvador nada, absolutamente nada. Outro janeiro aqui seria demais para minha paciência. Já em Jacobina, deixarei com os empresários meia boca Dips e Lucas a responsabilidade de tocar pra frente o Open LIGHT. Projeto está pronto, as bandas estão contratadas, a festa tá lançada. Está com com eles a parte mais difícil, que é dar segmento. Por onde começar? E agora? Vou onde? Eles sabem bem. Me deram essa folga de 15 dias, mas no carnaval voltarei com força total para colar cartazes em mais de 10 lugares na nossa região. A meta é rodar 500km.
Deixa eu ir alí, comprar um hipoglós, uma escova e me pesar. A meta nesses 15 dias é voltar com a barriga um pouco menor. Tem que ser uma diferença perceptível.
Chega pra cá, bora pra Tabatinga, ouvir e criar, porque na volta terei muita história pra contar.

Tabatinga!!!
Aí vou Keu!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ela está de volta!




Fiquei do dia 21 de dezembro ao dia 02 de janeiro de 2013 em Jacobina num recesso mais do que especial concedido por minha coordenadora da PGE/PRofis, Maria. Foram vários dias, que inclusive não estava mais acostumado a passar. Com a chegada do estágio, surge uma nova vida. Vida essa de renúncia.
Shows, festas, chegada da família, uma sinuca na catuaba, uma ida sem futuro a Miguel Calmon, Caldeirão, Caém, posse, reveillon, etc...
Foi sem dúvidas, nesses três anos que completo aqui em Salvador, a partida mais emocionante que eu já tive.
Poderia dizer que foi pelo até logo que dei a Breno, Ricardo, Tia Olga e Vôvo. Poderia ser pelo medo e insegurança que entrego papai aos seus desejos intermináveis e realizações que não se realizarão, me desculpe a redundância. Contudo, o que me emocionou foi um sonho que tive.
Sonhei dormindo (nossa!), mas aconteceu de verdade.
Depois de mais de um ano da queda e quase um ano pós cirurgia, ela está de volta.
Sonhei que mamãe voltava a trabalhar. Mais do que isso, sonhei que ela tinha a vida dela de volta. Sonhei que as confusões lá de casa também deixavam de ser essas e voltavam a ser aquelas que eu já estou acostumado. E até me faz bem.
Acordei com essa vontade. De dizer e disse. O que é novidade.
Ao descer para escovar os dentes, ela também desceu para arrumar uma maletinha vermelha que trago com comida. Alguns conhecem, nem que seja para carregar vodka e gelo.
Ela entrou no banheiro para dar tchau e eu perguntei:
- Tu volta hoje, né?
- É!
Só foi o sim. Eu abracei e não vi mais nada. Terminei o abraço dizendo que havia sonhado justamente isso. Que ela voltaria pra Receita Federal.
Meio sem jeito, desejei boa sorte.
- Deixa eu ir. Bote pra moer lá.
- Pode deixar. Vá falar com sua tia e seu avô.
Desci, liguei o carro e durante toda a viagem fiquei imaginando.
Acho que agora sim as coisas voltarão ao normal. O horário de almoço que não vai ter mais hora, a saída logo cedo, a chegada meio dia para ajeitar os papeis e dar gritos descontrolados, mas será ela. Do jeito que a gente tá acostumado, gosta e queria.
Seja bem vinda, mamãe!
Um exemplo de funcionária pública em ética, respeito e profissionalismo. Sara já reclamou um dia que você só pensava em trabalho. Eu não. Acho extremamente o contrário. Gosto demais. Acho até que um dia a gente vai trabalhar num só escritório.
Mais do que você, quem estava morrendo de saudade eram os contribuintes. Saudade da profissional que ajuda, aconselha e resolve.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Tá guardado.





Minha primeira postagem do ano de 2013 é mais do que especial. Queria começar ressaltando que cumpri com todas as minhas metas estabelecidas por mim mesmo para 2012. Com um pequeno deslize nas matérias da faculdade, não perdi, mas fiz finais. Isso não era o combinado, mas tudo bem. Eu auto-relevei.
Queria externar minha felicidade de poder ter recebido em Jacobina de braços abertos meus primos Ricardo e Breno Fagundes, minha tia Olga Fagundes, e o famoso Zé Augusto Fagundes. Ficaram conosco do dia 28 de dezembro até dia 3 de janeiro. Relativamente muito pouco, mas foram dias extremamente legais.
É um desses dias que quero relatar pra vocês.
Zé Fagundes gosta de ir a lugares que ele já esteve. Serve para que ele possa conversar com a mesma pessoa, que certeamente não se lembrará dele, e falar que lá esteve, tantos anos atrás, lendo um jornal, tomando uma água e olhando os carros passarem. Esse lugar era a banca de Flávio, no calçadão de Jacobina.
Se era isso que ele queria, lá fomos nós. Ofereci dois jornais e ele pegou apenas um. O "A Notícia". É que o Tribuna lá no Rio Grande do Norte pertence a oposição de José Agripino, então ele não quis nem saber, mesmo não tendo nada a ver com o Tribuna de Carlos de Deus.
Em um outro dia ele me chamou novamente para "passear". Vamos sim! Chamei os meninos e fomos ajudar a descer da escada. Lá em baixo quem chega é meu outro avô, Ananias, pai de mamãe.
Eles se cumprimentam e Zé Fagundes fala:
- Vou passear. Volto ind'agora.
- Tá certo. To esperando... - Disse Ananias.
Esperando nada. Ele ia com a gente. Não poderia deixar passar aquele momento. Botei ele dentro do carro e fomos todos os cinco. Ricardo (nosso motorista), Zé Fagundes na direita e nós três atrás. Breno, eu e Ananias. Somente no sambódromo ele se tocou que Vô Ananias tava com a gente.
- O Sr. veio? Nem tinha visto...Vamos alí, ler um jornal.
Eu sinceramente não acreditava que iríamos novamente ficar em Flávio sentados lendo jornal e vendo o povo passar. Foi ai então que "velho Ananias" convidou para ir até o Barro Branco, conhecer um velho amigo, seu Tazinho.
Na catuaba ele viu a placa e sussurrou:
- Miguel Calmon...
Passamos e chegamos na casa do seu Tazinho. Pena que não estava, mas deu tempo sentar numa cadeira velha e chupar alguns umbus. Eu ria muito porque ele com a bengala só fazia apontar qual ele queria. Prontamente eu, Breno ou Ricardo, buscávamos pra ele. A semelhança com Ramiro Bastos era um absurda.
Como a visita, a priori, tinha sido sem sucesso, ele nos convidou pra ir até Miguel Calmon. Acho que o sussurro fazia sentido.
Pegamos a estrada e seguimos pra Miguel Calmon. Na estrada eu fiquei viajando e achei que deveria eternizar aquele momento aqui no blog. Tocava Luiz Gonzaga, os dois cantavam a música e eu só olhava, só curtia. Era de verdade muito bom ter os dois num só ambiente. Acho que nunca mais terá uma cena como aquela. Primeira e única. Afinal, como disse papai, para os dois, principalmente Zé Fagundes, a partir de agora tudo é lucro. Cada camarão comido, papa das seis, refrigerente com gelo ou umbu sentado debaixo do pé de pau.
Já em MC, entramos, rodamos a cidade, pegamos uma contra-mão e voltamos pra Jacobina felizes e satisfeitos, como ele mesmo diz.
Na volta ainda passamos na casa do Sr. Tazinho. Dessa vez achamos o velho. Não demorou um minuto, eles se apresentaram, sentaram na cadeira por outros vinte segundos e sairam.

Vou guardar. Ta guardado.