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terça-feira, 29 de junho de 2010

Melhor época do ano


Sem dúvidas essa é a época mais esperada pelos forrozeiros, logo, por mim.
O São João começou após uma pequena maratona de provas finais na faculdade, seguida de uma terça feira sob o som de Flávio José em Miguel Calmon comemorando o décimo oitavo aniversário da feia Jéssica Liz. Na quarta feira seguir com Caps, Daniel e Iago pra uma fogueira na roça como antigamente, com muito amedoim, licor, e boas conversas com a família Cajé. Naquela noite senti uma coisa boa, engraçada até, foi uma reaproximação da gente com Iago, que por circunstâncias do destino veio a se distanciar. Saímos da roça fomos procurar o que fazer, como de praxe em Jacobina, nadamos e morremos n'água. Morremos nada! Foi alí que tudo começou, até porque a ideia de ir à Pé de Serra foi fortalecida ali. Amanheceu o dia e as ligações se intensificavam, os pais desconfiavam, as vontades aumentavam, então, fomos até a casa de Daniel pedir a mãe Edinha pra deixar Daniel ir conosco, pois a ida dele era essencial nessa aventura, e que aventura! Com os três dentro do carro fomos então até a casa do meu avô materno, o sábio Ananias Albano que quando se despediu, disse: Mas você não vai pro Araújo não, né? [Lugar que virei a Hilux]. Me subiu aquela preocupação, aquela tristeza profunda, porque sabia que ia fazer mais uma "besteira". Foi o tempo de ligar o som, se benzer que automaticamente esquecemos tudo, partimos para Pé de Serra, não pela festa, pelas atrações, por mulheres, mas só pelo prazer, prazer de estar juntos, unidos, em busca de mais uma página na nossa história. Viajo muito, mas essa com certeza é uma das mais prazerosas e engraçadas que já fiz. No caminho, depois de Nova Fátima encontramos uma senhorita com uma panela de pressão, sinalizei com o farol e ela esticou a sua mão, como se quizesse ir em direção a Riachão do Jacuípe. Ao entrar no carro eu perguntei pra onde ela ia, e a dona já foi se adentrando, muito bonita, comunicativa, belos pernas e um decote avantajado, deixando-nos um pouco incomodados. Conversa foi, conversa veio, até eu perguntar qual a sua profissão, e com a maior naturalidade do mundo, ela sorriu: Sou mulher de programa! Na hora mantive minha seriedade, mas meu coração bateu forte por não acreditar na situação que a gente se encontrava. A cara de Daniel era de uma dramaticidade tamanha que não conseguiria descrever aqui, somente quem o conhece imaginaria ele roendo a unha despesperadamente. O que aconteceu a partir disso infelizmente, por pedidos de Daniel não podem ser contados, muito menos entrados em detalhes. Ao chegar em Pé de Serra nos sentimos mais uma vez muito bem, pois tratava-se de uma cidade com um povo gostoso, receptivo, acolhedor e bonito! A festa aconteceu, curtimos, brincamos e dançamos. Raí, o vocalista do Saia Rodada também participou da "viagem" ao nos agradecer por ter ido, por estar lá, seguido a banda, afinal, para os Raizeiros, longe é o lugar que não existe. Com o término da festa e a chegada em Jacobina na santa paz, o dia pra amanhecer demorou, porque não existe coisa pior do que fazer algo escondido, a noite não passa, você não dorme bem e cada chamado do seu pai é um caos: Merda! Ele já sabe! A sexta veio e Heitor Maia, meu grande Thola chegou aqui em Jacobina pra mais uma aventura, Jaguarari nos esperava. O que parecia ser uma noite perdida ao som de Aviões tornou-se mais uma noite digna de lembranças do meu São João, na companhia também de Dips, Iago, Fabiane, Aline, Maianne, e as meninas de Jaguarari, belíssimas! A cerveja fiada, o frio no sertão, a volta, o motorista cearense, o dinheiro, tudo, tudo tornou uma festa massa!
Por fim o São João 2010 acabou com uma reflexão! Papai soube que fui até Pé de Serra e me deixou em casa, o domingo e a segunda refletindo, pensando, matutando sobre o ocorrido pra nunca mais fazer. Ah! O carro só pego quando tirar a carteira, daqui a 15 dias, droga!

São João 2011 - Caruarú - Tem uma vaga, hein?! O que vai ser de gente...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sentindo na pele...


Como prometi, neste espaço contaria histórias, casos e acasos. Foi aí então que me lembrei de uma cena horrorosa ano passado aqui mesmo, na terra dos tais santos. Eu nunca gostei da capital baiana por vários motivos, pelo povo que saía de suas cidades e voltavam apatricinhadas e playbozados, pela agitação, e também porque papai nunca soube ir a uma praia sem errar vinte quilômetros.

Jogo do Flamengo, casamentos, formaturas e alguns exames seriam as razões que me traziam até aqui, onde hoje moro, veja que engraçado.

Foi aí então que eu passei na primeira fase da UFBA, vindo então fazer cursinho pré vestibular nos Grandes Mestres, localizado na praça da Liberdade, logo, muitos mendigos, desocupados e desempregados.

Lá vai eu, o famoso peixe fora d'água, sentei-me ao lado de uma banquinha de pizza brotinho e fiz o pedido e fiquei esperando, sentado na cadeira. Surge aí então uma pequena menina negra, com uma lata de Pepsi, toma o ultimo gole e atira a latinha no chão. Em seguida ela olha pro dono das pizzas dizendo:

- Moço, quero comer!

Imediatamente, como nos filmes, ele insulta a criança esbravejando:

- Saia daqui! Está expulsando meus clientes! Vai! Vai! Caminha!

Inacreditavelmente ninguém na hora fez nada, alguns ficaram com vergonha, outros aplaudiram tal atitude por dentro, e eu ainda um pouco espantado chamei a menina.

- Psiu! Vem cá... O que é que tu quer?

- Quero comer, tio!

- E é? Mas de quem é aquela latinha alí no chão? Era sua, pode jogar no lixo?


Ela silenciosamente, não envergonhada, mas sabendo que teria uma recompensa tirou a lata da rua e jogou na lixeira vendedor de pizza. Com o pedido da pizza feito, ela deve ter comido, se lambuzado, se deliciado, e também dado risada da cara do ambulante, mesmo sabendo que na hora da janta seria o mesmo perrengue.

domingo, 20 de junho de 2010

Brincando com a vida...


O título era pra ser o que há poucos dias botei no Orkut: "14 de Junho". Data em que eu e mais seis amigos (Cleuber, Daniel, Iago, Jéssica Liz, Maiara, Fabiane, Maira) havíamos nos acidentados num povoado de Jacobina (Araújo). Ocorre que ontem um outro amigo (Dips), também teve a mesma sorte, colidindo frontalmente num poste na avenida Paulo Souto, o que fez essa turma pensar: Oxente! Mais um incidente? Até quando ? O que é a vida?
Mais um incidente, é verdade! Até quando morrer um, talvez! Não sei te dizer o que é a vida, só sei que é bonita, intensa, e passa muito ligeiro pra gente ta brincando com ela desse jeito. Então vamos ao que interessa...

No dia 14 de Junho de 2008 na cidade de Jacobina, da Bahia, saíam passeando 7 grandes amigos/irmãos, unidos até a morte, mas mal sabiam que ela estava ali ao nosso lado.

Tratava-se de um dia típico de cidade pequena, sem opções de lazer, então vamos procurar o que fazer... Foi com este pensamento que decidimos então visitar outra amiga/irmã na sua fazenda, fazenda essa que há poucos dias atrás tínhamos vividos belíssimos dias, longe da tecnologia, perto do mato molhado, da vaca mugindo, e de Tinho sempre ao nosso dispor.

Sem muito sucesso na visita, decidimos então subir a serra do Tombador, um dos picos mais altos da Bahia, com muita história, presença de índios, negros e onças, segundo os nativos daquele vilarejo.

Éramos portadores de uma arma na hora, mas não um calibre 38, e sim uma Hilux 07/4x4. Pegamos essa arma com todas essas pessoas e sem conseguir subir o Tombador descemos todos alegres, sorridentes, com uma felicidade invejável, com Deus ao nosso lado, tirando a morte, porque só ele poderia estar ali conosco pra evitar tamanha tragédia. O carro mesmo possuindo duas marchas subdivididas em nove, me achei no dever de descer aquele penhasco em neutro, ou seja, sem nenhuma segurança e resposta imediata de freios. Lá em baixo, não sabíamos o que estava a nos esperar, pois um pequeno rebanho de vaquinhas estava depois da próxima curva, a pobre vaca, a culpada! Quando nos deparamos com a aglomeração de animais na beirada da estrada de barro, pensei rápido e desviei tentando evitar o pior, até porque se bato de frente com a Mimosa, ela subia e com certeza atingiria aos três que estavam na frente (Cleuber, Iago, Maiara). Tirado o perigo da vaca surge então uma ribanceira arrancando gritos femininos: Nãooooooooooooo!!! Na tentativa de retornar ao plano, por ser alta e instável, a Hilux não aguenta tamanha pressão e tomba lentamente, ficando com as quatro rodas pra cima.

Com três dos quatro vidros fechados, a saída do veículo se torna mais difícil, onde todos saem engatinhando pelo teto até a porta direita traseira. Maiara foi a última, eu acho que ela morreu, pediu perdão e voltou! Porque demorou, viu?! Fabiane não podia de deixar de soltar uma pérola por ser lerda em todos os momentos e diz balançando suas pernas:

- Não estou sentindo minhas pernas!

- Mas, como Fabiane, você ta mexendo!

- Eu quis dizer meu pescoço!

Sem contar que o carro capotado o som sozinho misteriosamente volta a tocar Saia Rodada, "safadim, safadim", anunciando o Forró do Mé, em Paulo Afonso.

Como o desespero tomou conta dos protagonistas, somente a inoscência de uma criança poderia nos fazer rir:

- Eita mãe! Corre que tem um carrão alí na frente com as quatri roda pra cima [...quase sem ar, completou] e todo mundo morto dentro!

O fato de não ter ninguém morto talvez tenha nos feito rir do pedido de socorro do nativo.

Como já disse, estávamos no Araújo, zona rural e claro, muita solidariedade. E foi com esse clima que retornamos pra casa todos juntos e com o carro virado, passando pelas pessoas com uma expressão assustadora dos telespectadores.

Ao chegar em casa, o telefone como de costume não parava de tocar, nos assustando e matando por dentro, consumindo a nossa paciência, até chegar mamãe, e em seguida, papai. Mamãe, assustada eu acho, culpava papai dizendo que sempre diz que não é pra me dar o carro. Papai na hora surtou, não acreditava, perguntava pelos participantes da arte e eu respondi:

Estão lá em cima te esperando!

Com a chegada do carrasco, ele sorrir para todos dizendo:

- Vocês, hein?!

Como de costume, ele pediu para que escrevesse uma redação descrevendo o ocorrido, fiquei sem dirigir um bom tempo, o que pra mim era muitíssimo ruim, já que dirigir pra mim está entre as melhores coisas pra se fazer, mesmo vc achando estranho.

Mas o bom mesmo dessa história são duas coisas, porque de toda tragédia você tem que pelo menos tirar alguma coisa de lição, aprendizado...

1º - Se não fosse aquele 14 de Junho, seria um 10 de janeiro ou 3 de setembro qualquer, até porque eu aprontava e muito no carro! Isso me melhorou 90% no trânsito.


2º - AMIZADE - Não existe coisa melhor! Agradeço a todos por ter ficado comigo até o fim, resistidos e investidos comigo nessa empreitada. Isso fortaleceu e muito a nossa relação, companheirismo, confiança e fidelidade.

Agora também nos Blogs


Eu sou Cleuber Augusto de Souza Fagundes, natural de Jacobina, estudante de Direito e residindo atualmente na terra de todos os santos, menos o meu, que esqueceu de vim pra cá.

Inventando essa moda aqui não é para você me seguir diariamente, acompanhar meu dia-a-dia, vai ser um espaço para registrar alguns textículos escritos por mim mesmo, pra guardar, para que daqui um tempo volte e leia, lembrando de algumas coisas até então esquecidas, ou até mesmo rir, rir das histórias, do meu português que acho o máximo e não é nada, o que não impede de você se deliciar também das tentativas de crônicas! rs

Já teve FLOGÃO? Não saía de lá, hoje em dia...
Vai ser mais ou menos isso!

Além de casos meu, irei contar histórias de amigos, conhecidos, vez em quando fazer uma análise sociológica das coisas que vejo, sinto e acho.

Ah! Quem é que não sabe da minha paixão pelo Forró? Também fará e terá espaço garantido no meu blog.

É o fraco!