O título
era pra ser o que há poucos dias botei no Orkut: "14 de Junho". Data
em que eu e mais seis amigos (Cleuber, Daniel, Iago, Jéssica Liz, Maiara,
Fabiane, Maira) havíamos nos acidentados num povoado de Jacobina (Araújo).
Ocorre que ontem um outro amigo (Dips), também teve a mesma sorte, colidindo
frontalmente num poste na avenida Paulo Souto, o que fez essa turma pensar:
Oxente! Mais um incidente? Até quando ? O que é a vida?
Mais um
incidente, é verdade! Até quando morrer um, talvez! Não sei te dizer o que é a
vida, só sei que é bonita, intensa, e passa muito ligeiro pra gente ta
brincando com ela desse jeito. Então vamos ao que interessa...
No dia 14 de Junho de 2008 na cidade de Jacobina, da Bahia, saíam
passeando 7 grandes amigos/irmãos, unidos até a morte, mas mal sabiam que ela
estava ali ao nosso lado.
Tratava-se de um dia típico de cidade pequena, sem opções de
lazer, então vamos procurar o que fazer... Foi com este pensamento que
decidimos então visitar outra amiga/irmã na sua fazenda, fazenda essa que há poucos
dias atrás tínhamos vividos belíssimos dias, longe da tecnologia, perto do mato
molhado, da vaca mugindo, e de Tinho sempre ao nosso dispor.
Sem muito sucesso na visita, decidimos então subir a serra do
Tombador, um dos picos mais altos da Bahia, com muita história, presença de
índios, negros e onças, segundo os nativos daquele vilarejo.
Éramos portadores de uma arma na hora, mas não um calibre 38, e
sim uma Hilux 07/4x4. Pegamos essa arma com todas essas pessoas e sem conseguir
subir o Tombador descemos todos alegres, sorridentes, com uma felicidade
invejável, com Deus ao nosso lado, tirando a morte, porque só ele poderia estar
ali conosco pra evitar tamanha tragédia. O carro mesmo possuindo duas marchas
subdivididas em nove, me achei no dever de descer aquele penhasco em neutro, ou
seja, sem nenhuma segurança e resposta imediata de freios. Lá em baixo, não
sabíamos o que estava a nos esperar, pois um pequeno rebanho de vaquinhas
estava depois da próxima curva, a pobre vaca, a culpada! Quando nos deparamos
com a aglomeração de animais na beirada da estrada de barro, pensei rápido e
desviei tentando evitar o pior, até porque se bato de frente com a Mimosa, ela
subia e com certeza atingiria aos três que estavam na frente (Cleuber, Iago,
Maiara). Tirado o perigo da vaca surge então uma ribanceira arrancando gritos
femininos: Nãooooooooooooo!!! Na tentativa de retornar ao plano, por ser alta e
instável, a Hilux não aguenta tamanha pressão e tomba lentamente, ficando com
as quatro rodas pra cima.
Com três dos quatro vidros fechados, a saída do veículo se torna
mais difícil, onde todos saem engatinhando pelo teto até a porta direita
traseira. Maiara foi a última, eu acho que ela morreu, pediu perdão e voltou!
Porque demorou, viu?! Fabiane não podia de deixar de soltar uma pérola por ser
lerda em todos os momentos e diz balançando suas pernas:
- Não
estou sentindo minhas pernas!
- Mas,
como Fabiane, você ta mexendo!
- Eu
quis dizer meu pescoço!
Sem contar que o carro capotado o som sozinho misteriosamente
volta a tocar Saia Rodada, "safadim, safadim", anunciando o Forró do
Mé, em Paulo Afonso.
Como o desespero tomou conta dos protagonistas, somente a
inoscência de uma criança poderia nos fazer rir:
- Eita
mãe! Corre que tem um carrão alí na frente com as quatri roda pra cima [...quase sem ar, completou] e todo mundo morto
dentro!
O fato
de não ter ninguém morto talvez tenha nos feito rir do pedido de socorro do
nativo.
Como já disse, estávamos no Araújo, zona rural e claro, muita
solidariedade. E foi com esse clima que retornamos pra casa todos juntos e com
o carro virado, passando pelas pessoas com uma expressão assustadora dos
telespectadores.
Ao
chegar em casa, o telefone como de costume não parava de tocar, nos assustando
e matando por dentro, consumindo a nossa paciência, até chegar mamãe, e em
seguida, papai. Mamãe, assustada eu acho, culpava papai dizendo que sempre diz
que não é pra me dar o carro. Papai na hora surtou, não acreditava, perguntava
pelos participantes da arte e eu respondi:
Estão
lá em cima te esperando!
Com a
chegada do carrasco, ele sorrir para todos dizendo:
-
Vocês, hein?!
Como de costume, ele pediu para que escrevesse uma redação descrevendo
o ocorrido, fiquei sem dirigir um bom tempo, o que pra mim era muitíssimo ruim,
já que dirigir pra mim está entre as melhores coisas pra se fazer, mesmo vc
achando estranho.
Mas o bom mesmo dessa história são duas coisas, porque de toda
tragédia você tem que pelo menos tirar alguma coisa de lição, aprendizado...
1º - Se não fosse aquele 14 de Junho, seria um 10 de janeiro ou 3
de setembro qualquer, até porque eu aprontava e muito no carro! Isso me
melhorou 90% no trânsito.
2º - AMIZADE - Não existe coisa melhor! Agradeço a todos por ter
ficado comigo até o fim, resistidos e investidos comigo nessa empreitada. Isso
fortaleceu e muito a nossa relação, companheirismo, confiança e fidelidade.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluirFabiane é foda... e Maiara, pane no sistema!
Texto lindo, Keuzão!
E como vc falou, é uma lição de vida... e que não seja msm preciso uma tragédia ou uma fatalidade pra q alguns se dêem conta disso!
Dizem por aí q o importante é aprender com os erros, né? Mas não é todo mundo que tem a msm sorte...
"pane no sistema, alguém me desconfigurou" kk
ResponderExcluiressa Maiara viu ...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdoreey u texto keeeu =D , já disse qe poderia virar escritoor neh?! ;]...sausuhasua
ResponderExcluir.Uma lição de vida cnctz... mtas vzs passamos por certas situaçoes, e por mais ruins qe sejam são smpr um aprendizado.Pois 'caiir é humano e levantar-se é divino'. ;)
. eee so podia sr Fabii msm viiO, aff' --' kkkkkkkkkkkkkkkk
beijOs! /Linne