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terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Tá guardado.
Minha primeira postagem do ano de 2013 é mais do que especial. Queria começar ressaltando que cumpri com todas as minhas metas estabelecidas por mim mesmo para 2012. Com um pequeno deslize nas matérias da faculdade, não perdi, mas fiz finais. Isso não era o combinado, mas tudo bem. Eu auto-relevei.
Queria externar minha felicidade de poder ter recebido em Jacobina de braços abertos meus primos Ricardo e Breno Fagundes, minha tia Olga Fagundes, e o famoso Zé Augusto Fagundes. Ficaram conosco do dia 28 de dezembro até dia 3 de janeiro. Relativamente muito pouco, mas foram dias extremamente legais.
É um desses dias que quero relatar pra vocês.
Zé Fagundes gosta de ir a lugares que ele já esteve. Serve para que ele possa conversar com a mesma pessoa, que certeamente não se lembrará dele, e falar que lá esteve, tantos anos atrás, lendo um jornal, tomando uma água e olhando os carros passarem. Esse lugar era a banca de Flávio, no calçadão de Jacobina.
Se era isso que ele queria, lá fomos nós. Ofereci dois jornais e ele pegou apenas um. O "A Notícia". É que o Tribuna lá no Rio Grande do Norte pertence a oposição de José Agripino, então ele não quis nem saber, mesmo não tendo nada a ver com o Tribuna de Carlos de Deus.
Em um outro dia ele me chamou novamente para "passear". Vamos sim! Chamei os meninos e fomos ajudar a descer da escada. Lá em baixo quem chega é meu outro avô, Ananias, pai de mamãe.
Eles se cumprimentam e Zé Fagundes fala:
- Vou passear. Volto ind'agora.
- Tá certo. To esperando... - Disse Ananias.
Esperando nada. Ele ia com a gente. Não poderia deixar passar aquele momento. Botei ele dentro do carro e fomos todos os cinco. Ricardo (nosso motorista), Zé Fagundes na direita e nós três atrás. Breno, eu e Ananias. Somente no sambódromo ele se tocou que Vô Ananias tava com a gente.
- O Sr. veio? Nem tinha visto...Vamos alí, ler um jornal.
Eu sinceramente não acreditava que iríamos novamente ficar em Flávio sentados lendo jornal e vendo o povo passar. Foi ai então que "velho Ananias" convidou para ir até o Barro Branco, conhecer um velho amigo, seu Tazinho.
Na catuaba ele viu a placa e sussurrou:
- Miguel Calmon...
Passamos e chegamos na casa do seu Tazinho. Pena que não estava, mas deu tempo sentar numa cadeira velha e chupar alguns umbus. Eu ria muito porque ele com a bengala só fazia apontar qual ele queria. Prontamente eu, Breno ou Ricardo, buscávamos pra ele. A semelhança com Ramiro Bastos era um absurda.
Como a visita, a priori, tinha sido sem sucesso, ele nos convidou pra ir até Miguel Calmon. Acho que o sussurro fazia sentido.
Pegamos a estrada e seguimos pra Miguel Calmon. Na estrada eu fiquei viajando e achei que deveria eternizar aquele momento aqui no blog. Tocava Luiz Gonzaga, os dois cantavam a música e eu só olhava, só curtia. Era de verdade muito bom ter os dois num só ambiente. Acho que nunca mais terá uma cena como aquela. Primeira e única. Afinal, como disse papai, para os dois, principalmente Zé Fagundes, a partir de agora tudo é lucro. Cada camarão comido, papa das seis, refrigerente com gelo ou umbu sentado debaixo do pé de pau.
Já em MC, entramos, rodamos a cidade, pegamos uma contra-mão e voltamos pra Jacobina felizes e satisfeitos, como ele mesmo diz.
Na volta ainda passamos na casa do Sr. Tazinho. Dessa vez achamos o velho. Não demorou um minuto, eles se apresentaram, sentaram na cadeira por outros vinte segundos e sairam.
Vou guardar. Ta guardado.
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