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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Solenidade do dia 10 de abril

Eu formei em bacharel em Direito pela Unijorge em dezembro de 2014. Em fevereiro colei grau institucional e, somente agora em abril, foi aquela solenidade. A festinha superfaturada que a gente faz, convida a família, os amigos e joga o chapéu lá pra cima. Eu não joguei. Tinha que devolver na segunda e não tava no clima de sair procurando feito um doido, mas, enfim.
Fiz 25 convites e deveria ter feito 50 ou 100. Muita gente que eu queria que recebesse ficou sem saber. Era também uma oportunidade de tá divulgando minha imagem para a campanha de Estadual. Fiquei lindinho na foto.
Muita agonia antecede essa solenidade. Seja a parte financeira, quitando as parcelas, seja a burocracia da empresa e a quantidade infinita de recados pela Comissão, ou até mesmo a logística de viagem da família e dos amigos.
O que me traz aqui hoje, escrevendo rapidamente antes que Roberval (cliente) chegue, foi a presença dos meus amigos na solenidade.
Pode parecer algo bastante normal ter amigos na solenidade, afinal, eles sabem, vivem a luta e devem prestigiar esse momento.
As fotos foram feitas, o mestre de cerimônia chegou e nos acomodamos. Os nomes iam sendo chamados e eu tentava achar o meu povo. Salvador vivia uma semana chuvosa, de engarrafamentos, de transtornos e cancelamentos de eventos, por isso até mesmo formandos estavam ausentes.
Eu acho que ia entender caso eles não tivessem ido, mas tinha Arthur (sócio – depois conto a vocês) e Heitor, meu querido amigo Thola. A cruzada de perna dos irmãos Maia é inconfundível. Já estava seguro e pensei: “Eles vieram. Que massa!”. Digo isso porque Arthur tinha uma audiência em Itapoã 17:30 e Heitor tinha num sei o que pra fazer na faculdade de medicina dele. Ele agora só quer saber de ser médico. Até pra tomar uma é o maior trabalho do mundo.
Alguns minutos passaram, meu nome foi chamado e disseram que eu era o “Playboy do interior”. Aquela brincadeirinha que fazem quando chamam algum nome, sabe?! Apois...Entrei com a música do Saia Rodada “Doutorzinho da mulherada”, cumprimentei meus professores homenageados, esqueci de dar a mão a “Edvardo meu fio” – foi sem querer – e esperei por meus pais. Recebi os parabéns e voltei para a minha cadeira.
Já na cadeira, avistei láááá na entrada do salão três pessoas. Caps, Daniel e Maíra. Eles entraram por uma porta meio agoniados, saíram e voltaram pela outra. Desta vez se acomodaram e encontraram com Heitor, Arthur e Jéssica. Eu tentava acenar, mas eles não respondiam. Estavam fazendo o que eles sabem de melhor. Cochichar, fofocar, falar quando não deve. Quando finalmente me viram dando com a mão, eles sorriam infinitamente, me davam com a mão e Jéssica levantou uma bolsa de viagem. Aquela bolsa significava que ela tinha acabado de chegar de viagem. Significava que ela tinha vindo para a minha solenidade, que tinha deixado muita coisa para trás e que poucas coisas a impediriam de estar ali. As lágrimas, contidas, vieram. Não pude evitar.
Não só ela, mas Caps e Dips.Eles também vieram de Jacobina, deixando um monte de coisa para poder estar ali, vendo se era verdade que eu tinha formado.
Lembro agora que durante toda a semana eu ligava pra Caps para confirmar a sua vida. Era importante que ele tivesse aqui comigo. Sou seu amigo, seu advogado, seu parceiro, seu peixe. Ele vinha de moto e, como já disse, a Bahia tem chovido muito. Moto seria arriscado, ruim de viajar e a mãe dele poderia dificultar. Ainda assim ele veio. Foi uma surpresa e tanto.
Já Dips sempre soube que viria. Ele não era louco de faltar. Seria imperdoável. Perdão esse que daria a Rafael, porque estava em Iraquara, na Chapada. É uma cidade longe, então, mesmo ele que fez parte de toda a minha luta, meu sofrimento e também vitória em Salvador, eu desculparia caso ele não viesse. Mas a vida é feita de contrariedade, de surpresas e de emoções que ficam na memória. O filho da puta veio da casa da porra e pôde me dar um abraço e os parabéns. Ele é louco, inconsequente, imaturo, mas eu gosto pra caralho.
Os outros que estavam em Salvador tinham a obrigação, então, sofram! Não escreverei sobre vocês.

Um muito obrigado a todos! Vou indo. Roberval parece que bate a porta.