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terça-feira, 1 de março de 2011

...ia namorar, descarado?


Lá pras bandas dos anos que se passaram estava me preparando pra tomar um banho ao som de mais um CD do Saia Rodada. Tinha acabado de ganhar um som de mamãe, que era meu sonho de consumo, e antes de ligar tava aprendendo a beijar de frente pro espelho, foi quando botei a língua no cabo que encaixa no som, esquecendo que já tinha botado a tomada no lugar. O que aconteceu? Um choque de frente pro espelho! Já pensou? Nunca vou esquecer a minha cara de susto e de dor, porque a voltagem era grande. Até aí beleza, foi quando depois do susto fui ao quarto de Gi e peguei uma tesoura de roupa, aquelas que a ponta tem uma curva, não sei por que motivo.
Sento-me no trono e começo a fazer a minha higiene íntima, procurando chifre em cabeça de cavalo.
Tava lavando os pratos e lembrado da dor infernal. Botei o testículo esquerdo pra trás apoiado com o pulso e com a outra mão cortei! Cortei literalmente meu testículo. Acho que essa curva que fez cortar, tinha perdido a noção de espaço. Eu não conseguia acreditar que aquilo branco fazia parte de lá de dentro, a pele grossa pra fora, muito sangue no chão amparado pela toalha do Flamengo que aproveitou o vermelho e fez uma sopa. Desesperado fui à cozinha sem avisar a Gi e peguei um punhado de sal. Agora veja, como se joga sal numa ferida, ainda mais nos testículos? Eu pulava que nem pipoca no óleo quente jogando água, assoprando, chorando e segurando o choro. Foi aí que veio a grande ideia, claro! Como não pensei nisso antes? Tinha no meu quarto uma pomada pra assadura. Nossa, que beleza. Sou muito sem noção. Botei e fez uma lama enorme, mas amenizou a dor, acho que de tanto sangue perdido. Sem saídas, fui finalmente avisar sobre o ocorrido numa vergonha sem tamanho. Depois de muita risada e tiração de onda, Gi chamou Luzia, uma vizinha amiga e enfermeira da nossa rua que veio fazer um curativo no meu bichinho. Ainda perguntou na maior:
Ia namorar, não era descarado?
Hoje ta lá, mais uma cicatriz pra contar história. Mas nem me peça pra ver que eu não mostro!

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