É hora de voltar a
vida. Quando a campanha se afunila, parece que a vida é aquela. Só aquela. Você
dorme mandando mensagem nos grupos pedindo empenho, força, coragem e acorda com
alguém te ligando seis e pouca da manhã. Alguns deles pedindo voto, acreditem.
É como se
estivéssemos de volta depois de um domingo silencioso e cheio de surpresas, de
uma segunda ressaqueado. Não de bebida, mas de todo o contexto.
Foi uma campanha,
apesar de alguns episódios, muito tranquila, respeitosa, vide o debate que tivemos
na Jacobina FM. Aquela que Dr. Rui não foi.
Tudo começou bem lá
atrás, quando eu pedi aqui em casa para fazer parte de uma outra coligação,
para que pudesse votar e apoiar um outro candidato. Tinha sido convidado,
honrosamente, diga-se de passagem, pela equipe de Amauri, mas desde 2012 que me
identifico com Zé Amin.
Sim, eu pedi. Não
podia, de maneira alguma, fazer nada, principalmente entrar numa guerra que é a
política sem o aval de todos aqui de casa, sobretudo o de Papai. Isso pra mim é
bem claro na minha cabeça.
Comecei, conversei,
sentei, ouvi o Zé Amin, que pouco a pouco ia ligando, atendendo, chamando, etc.
Foi uma ligação tamanha que eu me pergunto como foi que começou. Sinceramente,
não consigo lembrar.
O que acho que lembro
é quando ele passou a me olhar diferente. Com um olhar de “que porra de menino
ousado é esse? Num é que ele tá certo?”
Foi uma visita que
fizemos a Netinha, ex vereadora e forte liderança do Junco. Fui eu, ele e João
Jacobina, que eu não simpatizo muito (pra ser bem econômico nas palavras).
Lá, conversa vai,
conversa vem, Zé Amin se sai muito bem na reunião e consegue com que Netinha
pense a respeito da sua candidatura. Proveitoso, não é? Nem tanto. Pois foi aí
que, pra minha ingrata surpresa, João Jacobina começa a pedir apoio a Netinha e
eu me envergonhei e me arrependi de estar ali.
Mas por quê? Porque
parto do pressuposto de que um candidato a prefeito deve andar bem acompanhado
e com pessoas que engrossem a sua candidatura. Para que pensem: Poorraa! Tal
pessoa tá sendo apoiada por não sei “quemzinho”. O que caralho aquele cidadão
foi pedir apoio a Netinha? Me senti acuado. É como se eu concordasse com
aquilo, com aquele pedido. E eu não concordaria nunca.
No outro dia, Zé me
liga e chama para outro encontro. Digo que não. Que não iria porque não tinha
ficado satisfeito com aquele episódio e que ele repensasse.
Acho que foi esse
momento. Foi algo muito natural. E as coisas devem ser naturais. As pessoas têm
suas conveniências, pretensões? Sim, têm. Mas precisam também de um senso, de
um freio.
Retomamos as
conversas, trouxe um advogado de Coité para ser o nosso consultor, mas que não
foi à frente. Não por falta de capacidade do colega, mas por estrutura, leia-se
dinheiro.
Acabou que eu atuei,
pela primeira vez, mesmo que sem querer, como advogado.
Experiência bacana,
enriquecedora, engrandecedora. Foram seis impugnações e conseguimos êxito em
todas. 100% da coligação apta a concorrer.
Como aprendi com o
colega, Dr. Bruno Tínel, direito eleitoral se aprende fazendo eleição. E como
se aprende.
A campanha é algo tão
enriquecedor, que você aprende coisas que não se deve fazer, não se deve falar.
Pasmem. Eu tive
candidato a vereador que reclamou porque não era administrador do grupo. Alguns
são de um nível assustador.
Mas vamos avançar.
Outra surpresa boa
foi a que tive com Lucas Dias. Eu em Salvador, já dentro da campanha de Zé
Amin, converso com ele por celular e me pergunta sobre a política. Eu tento
disfarçar, quando ele me diz que dos candidatos postos o melhor pra ele era Zé
Amin.
Aquilo me deixou
surpreso. A opinião dele tem peso pra mim. Não tive dúvidas de que marcaria com
o candidato para lhe apresentar e chamar para a campanha. Assim fiz, assim
aconteceu. Ele foi o responsável por toda a nossa criação e comunicação. Muitas
ideias não foram pra frente por falta de estrutura, leia-se, você já sabe,
dinheiro.
Como política é cheio
de buracos escuros, de contradições, eu cai numa terrível. Fui aliado de uma
pessoa que meses atrás chamava, aqui nesse mesmo blog, de encosto, e que quem
quisesse ser candidato a Prefeito, teria que dele e de outros se afastar. Que merda!
Mas fazer o que? Era
o partido que dava sustentação ao meu candidato a ser candidato. Sem ele, não
existiria. Me curvei. Foi o que me restou.
Tava agora ali em
Neuzinha do cartório e falei que tinha atuado como advogado na campanha de Zé Amin.
Ela, além de feliz pela experiência que vivi, elogiou o candidato, disse que
era uma pessoa exemplar, de boa alma.
Comentei com ela e
com uma outra senhora sobre alguns episódios. Eu lembro que a gente sentava e
dizia para Zé ser agressivo, ser incisivo, falar isso e aquilo, para que fosse
notado.
Logo éramos
contestados. Ele dizia que não, que não ia naquela linha, que não estava ali
pra isso, queria apresentar propostas.
A gente chamava de
teimoso e ele se rendia, dizendo que ia seguir nossa orientação. Ele dizia só
para a gente “calar a boca”, porque chegava no debate e não fazia nada daquilo,
e ainda assim sempre o melhor, sempre vencedor.
Zé é isso. Resumiu
Neuzinha.
Amanhã deve ser feito
um balanço da campanha pelos membros do PCdoB, PR e PRB. Eu já adianto. Digo
que foi um prazer, que foi bacana demais participar desse processo de
engrandecimento da cidade.
Conhecer Pró Rosilda,
Dayvid, Jr de Todos, Minita, Zélia, Onília, Galeguinho, Ademilson.
Que venha 2020.
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