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terça-feira, 4 de outubro de 2016



Acabou o pleito eleitoral de 2016.
É hora de voltar a vida. Quando a campanha se afunila, parece que a vida é aquela. Só aquela. Você dorme mandando mensagem nos grupos pedindo empenho, força, coragem e acorda com alguém te ligando seis e pouca da manhã. Alguns deles pedindo voto, acreditem.
É como se estivéssemos de volta depois de um domingo silencioso e cheio de surpresas, de uma segunda ressaqueado. Não de bebida, mas de todo o contexto.
Foi uma campanha, apesar de alguns episódios, muito tranquila, respeitosa, vide o debate que tivemos na Jacobina FM. Aquela que Dr. Rui não foi.
Tudo começou bem lá atrás, quando eu pedi aqui em casa para fazer parte de uma outra coligação, para que pudesse votar e apoiar um outro candidato. Tinha sido convidado, honrosamente, diga-se de passagem, pela equipe de Amauri, mas desde 2012 que me identifico com Zé Amin.
Sim, eu pedi. Não podia, de maneira alguma, fazer nada, principalmente entrar numa guerra que é a política sem o aval de todos aqui de casa, sobretudo o de Papai. Isso pra mim é bem claro na minha cabeça.
Comecei, conversei, sentei, ouvi o Zé Amin, que pouco a pouco ia ligando, atendendo, chamando, etc. Foi uma ligação tamanha que eu me pergunto como foi que começou. Sinceramente, não consigo lembrar.
O que acho que lembro é quando ele passou a me olhar diferente. Com um olhar de “que porra de menino ousado é esse? Num é que ele tá certo?”
Foi uma visita que fizemos a Netinha, ex vereadora e forte liderança do Junco. Fui eu, ele e João Jacobina, que eu não simpatizo muito (pra ser bem econômico nas palavras).
Lá, conversa vai, conversa vem, Zé Amin se sai muito bem na reunião e consegue com que Netinha pense a respeito da sua candidatura. Proveitoso, não é? Nem tanto. Pois foi aí que, pra minha ingrata surpresa, João Jacobina começa a pedir apoio a Netinha e eu me envergonhei e me arrependi de estar ali.
Mas por quê? Porque parto do pressuposto de que um candidato a prefeito deve andar bem acompanhado e com pessoas que engrossem a sua candidatura. Para que pensem: Poorraa! Tal pessoa tá sendo apoiada por não sei “quemzinho”. O que caralho aquele cidadão foi pedir apoio a Netinha? Me senti acuado. É como se eu concordasse com aquilo, com aquele pedido. E eu não concordaria nunca.
No outro dia, Zé me liga e chama para outro encontro. Digo que não. Que não iria porque não tinha ficado satisfeito com aquele episódio e que ele repensasse.
Acho que foi esse momento. Foi algo muito natural. E as coisas devem ser naturais. As pessoas têm suas conveniências, pretensões? Sim, têm. Mas precisam também de um senso, de um freio.
Retomamos as conversas, trouxe um advogado de Coité para ser o nosso consultor, mas que não foi à frente. Não por falta de capacidade do colega, mas por estrutura, leia-se dinheiro.
Acabou que eu atuei, pela primeira vez, mesmo que sem querer, como advogado.
Experiência bacana, enriquecedora, engrandecedora. Foram seis impugnações e conseguimos êxito em todas. 100% da coligação apta a concorrer.
Como aprendi com o colega, Dr. Bruno Tínel, direito eleitoral se aprende fazendo eleição. E como se aprende.

A campanha é algo tão enriquecedor, que você aprende coisas que não se deve fazer, não se deve falar.
Pasmem. Eu tive candidato a vereador que reclamou porque não era administrador do grupo. Alguns são de um nível assustador.
Mas vamos avançar.
Outra surpresa boa foi a que tive com Lucas Dias. Eu em Salvador, já dentro da campanha de Zé Amin, converso com ele por celular e me pergunta sobre a política. Eu tento disfarçar, quando ele me diz que dos candidatos postos o melhor pra ele era Zé Amin.
Aquilo me deixou surpreso. A opinião dele tem peso pra mim. Não tive dúvidas de que marcaria com o candidato para lhe apresentar e chamar para a campanha. Assim fiz, assim aconteceu. Ele foi o responsável por toda a nossa criação e comunicação. Muitas ideias não foram pra frente por falta de estrutura, leia-se, você já sabe, dinheiro.
Como política é cheio de buracos escuros, de contradições, eu cai numa terrível. Fui aliado de uma pessoa que meses atrás chamava, aqui nesse mesmo blog, de encosto, e que quem quisesse ser candidato a Prefeito, teria que dele e de outros se afastar. Que merda!
Mas fazer o que? Era o partido que dava sustentação ao meu candidato a ser candidato. Sem ele, não existiria. Me curvei. Foi o que me restou.
Tava agora ali em Neuzinha do cartório e falei que tinha atuado como advogado na campanha de Zé Amin. Ela, além de feliz pela experiência que vivi, elogiou o candidato, disse que era uma pessoa exemplar, de boa alma.
Comentei com ela e com uma outra senhora sobre alguns episódios. Eu lembro que a gente sentava e dizia para Zé ser agressivo, ser incisivo, falar isso e aquilo, para que fosse notado.
Logo éramos contestados. Ele dizia que não, que não ia naquela linha, que não estava ali pra isso, queria apresentar propostas.
A gente chamava de teimoso e ele se rendia, dizendo que ia seguir nossa orientação. Ele dizia só para a gente “calar a boca”, porque chegava no debate e não fazia nada daquilo, e ainda assim sempre o melhor, sempre vencedor.
Zé é isso. Resumiu Neuzinha.
Amanhã deve ser feito um balanço da campanha pelos membros do PCdoB, PR e PRB. Eu já adianto. Digo que foi um prazer, que foi bacana demais participar desse processo de engrandecimento da cidade.
Conhecer Pró Rosilda, Dayvid, Jr de Todos, Minita, Zélia, Onília, Galeguinho, Ademilson.
Que venha 2020.

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