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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Quincas e Eu



Sempre fui apaixonado por animais, exceto gato. Tenho um cavalo, cinco cágados, já tive coelho, passarinho, sapo, bode, vaca e algumas lagartixas. Todos tenham certeza muito especiais e dignos de histórias aqui no blog, principalmente Maribondo, meu cavalo.
Faltava àquele grande amigo da gente, o mais comum, o meu sonho de consumo. Morava na Cônego Samambaia, a melhor rua do bairro do leader, de Jacobina, e lá era inviável criar um animal de grande porte. Em 2008, quando mudamos, sem a aprovação de papai, pra uma casa maior, com quintal e espaço pra criar um cachorro, foi que me apressei e pude correr atrás do meu Quincas. O nome do tal eu já sabia, seria Quincas Borba, uma homenagem a um livro de Machado de Assis, um dos poucos que li. Chamei meu amigo Itã e fomos procurar um rotweiller pela cidade. Passamos pela casa do agricultor e vimos um casal bonito, mas não tinha sentido aquela química que via assistindo “Ursinhos carinhosos”. Fomos então até a casa de Orlando da barraca da Matriz, dono de uma bela fêmea que tinha cruzado com outro cão lindo.
Seria aquele ali! O mais agitado, doido pra sair e ter um novo lar. Depois de acertar detalhes burocráticos, ia saindo com o meu Quincas nos braços, foi quando a dona mandou voltar, dizendo que ele ainda era muito novo pra ir. Decepcionado, voltei pra casa.
À noite eu fui dar uma caminhada pelo calçadão, pensando na vida, nas mudanças que eu tava passando, fazendo planos pra o próximo ano e me sentia na companhia de um cachorro amigo. Eu me sentia na verdade um louco. Na faixa de pedestre da farmácia Vilas Boas pra a Vilas Boas Celular eu parei, olhei pra baixo e me abaixei pra botar ele no colo. Foi quando caí na real e vi que estava sozinho. Envergonhado, aproveitei o embalo e dei uma coçada nos pés.
No outro dia, agoniado querendo as coisas do meu jeito e aproveitando a boa vontade de papai, aprovando a idéia do cachorro, voltei à Casa do Agricultor e comprei o macho do casal que tinha visto no dia anterior.
Fui pra casa com o danado e botei pra caminhar, brincar, correr. Dei um belo de um banho e fiquei olhando pra cara do tal, me perguntando se o nome continuaria Quincas, já que o outro já tinha sido. Papai começou a chamar de Bob, Bob, Bob. Isso me deixou mais aliviado, porque nome comum eu não botaria, foi quando eu chamei de Quincas e ele olhou. Eu sei que foi mera coincidência, mas o que importa é que ele olhou.
Um rotweiller eu já tinha, Quincas era o nome, só faltava ser bravo, pra poder descontar as carreiras que Vinícius me dava com Mike (Cachorro dele) quando a gente brincava na rua. A idéia não agradou ao povo lá de casa, porque entra muita gente e poderia causa várias queixas.
São vários os passeios que faço com o bonitão, que não gosta de andar de carro, mas sim caminhar, vendo o povo, os carros, os amigos, marcando território em todo lugar, inclusive nos meus pés de vez em quando. O mesmo trajeto que fiz quando achei que tinha ele, faço quando estou em Jacobina e sempre lembro aquela maluquice.
Hoje ele tem três anos, lindo de morrer, amigo dos meus amigos. O cachorro mais manso, brincalhão e descarado que eu já vi. Pelo tamanho, pela raça discriminada, e pala cara de malvado.
A real razão pelo texto foram dois sonhos seguidos que tive essa semana. Sonhava ele morrendo e não tinha coragem de contar a ninguém. Imaginava situações mirabolantes pra poder substituir e ninguém perceber que ele tinha morrido. Foi quando eu acordei meio maluco ainda e fiquei pensando. Pensava no jeito que eu trato ele e do jeito que ele é tratado pelos outros. Pelos outros é bem melhor.
Me deixa confuso, pra não dizer magoado, quando eu subo as escadas da cozinha e ele caminha em direção ao quartinho, como se já estivesse indo pro castigo.
É meio aquela questão do pai amigo ausente. Eu sou assim com ele. Como ele é novinho e ainda parece uma criança, é tempo de aproveitar, correr atrás do tempo perdido.

2 comentários:

  1. Cheeioo de Saudadee. rsrs
    que Bunito! xD

    Tbm queria um cachorro. mais pra ficar comigo
    e aqui em ssa vc mesmo sabe que é complicado.
    Me fez lembra do meu Pastor Alemão, que morreu faz dois anos atraz com 14 anos. *-* e me deixou com saudade dele.

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  2. Tou viciada em ler seus textos... kkkkk Esse Quincas é conhecido, e tudo que você falou é realmente fantastico, cachorros são animais maravilhosos e companheiros. E o Quincas é mesmo muito especial!!!!

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