Acabo de chegar do salão de festas do meu prédio depois de ter vivido uma noite com horas interessantes.
Depois de receber duas notificações por debaixo da minha porta, uma da síndica e uma dos irmãos moradores do 404, decidi tomar partido e declarar meu apoio aos irmãos Pagani. Não os conheço, então fui com alma limpa. Um eu já vi pelos elevadores, mas o outro não.
Na verdade tudo começou porque os irmãos Pagani foram os anfitriões de uma festinha no seu AP. Horas se passaram, o som deu uma aumentada e ninguém percebeu. O que há de mal nisso? De errado há sim, mas maldade não vejo. Me coloquei no lugar deles. Acho que todos deveriam fazer isso.
A síndica na sua carta, ao meu ver, expôs os irmãos de uma forma desnecessária, narrando os fatos de forma unilateral e difamando a imagem dos rapazes. Definição essa que não posso mais errar. Me refiro neste momento às diferenças de injúria, calúnia e difamação.
Por sua vez, a carta dos meninos trazia os fatos de uma maneira sutil, bem escrita e esclarecedora.
Dito isto e com as duas partes manifestadas, desci e me encontrei com os meninos. Confirmei a minha desconfiança de que a carta dos irmão havia sido escrita, de fato, por um advogado, nos direcionamos à assembléia.
Com o começo da reunião, um senhor que já estava à mesa presidiu e pediu para que não houvesse discussões.
Como não? A genta tava alí pra isso.
Ao começar a ler a pauta, de cara pedi a palavra.
Levantei meu indicador direito e pedi ao senhor que se refirisse aos condôminos do 404 como tal ou proprietário, e não locatários, como estavam sendo. Vi uma pitada de ironia e não admiti. Sim! Eles são proprietários indiretos daquela propriedade.
Em seguida, com algumas falas de algumas pessoas, da assembléia que pouco sabe, nada faz e muito finge, votaram para que a multa fosse sim aplicada aos infratores.
Com o tumulto novamente, pedi a palavra e sugeri aos gritos (no começo) que fosse feita uma conversão. Convertermos a multa em uma advertência. Essa é a forma mais humana e racional de se resolver um problema. Finalizei desta forma com o tom mais baixo.
Não sabia se os irmãos Pagani aceitavam a proposta, mas assim ficou decidido.
Ao final, com a presença protetora do marido e uma descontração forçada da síndica, botaram a convenção interna em questão. Convenção essa que dispõe multa de 20% no mínimo. Acontece que a multa aplicada foi de 10%, o que reforça ainda mais a ideia de que foi essa uma decisão unilteral, ditadora e subjetiva.
No final, fiz um pedido. É hora dos jovens mudarem essas besteirinhas. Começar pela assembléia arcaica do prédio.
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