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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Alianças Políticas - Heitor Maia


O desenvolvimento da política brasileira acorre basicamente através das alianças, sendo essas de fundamental importância na construção, desenvolvimento e manutenção da democracia.
Pois bem, partindo de um passado não muito distante, eleições de 89, que caracterizou o início de uma nova etapa da política brasileira, pois tratava-se da primeira eleição direta para presidente da República após quase 30 anos, e de uma ditadura militar que durou 20. As ideologias partidárias eram efervescentes e o número de candidatos a presidência também. Tendo como principais protagonistas os candidatos Luis Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Melo. Collor venceu, mas não convenceu. Mostrando, assim, a importância dessas tais alianças para possuir uma estabilidade governamental indispensável ao presidente da república.
Posteriormente, com exemplo claro de que é impossível governar sozinho no Brasil, o governo de Fernando Henrique Cardoso desenvolveu sua aliança PSDB-PFL e, atualmente, o governo Lula sua PT-PMDB.
Como exemplo claro da “transformação” das ideologias políticas brasileiras, cito a trajetória petista, que, a partir das eleições de 89, adotou algumas mudanças para, posteriormente, vencer em 2002. Tais como o melhoramento tanto da aparência como do discurso de seu principal líder, o presidente Lula, as políticas de marketing e as junções com partidos e políticos historicamente sujos, entre outros. Causando a saída de alguns fundadores mais ideológicos, como Plínio de Arruda, atual candidato à presidência, pelo PSOL.
Mas, o que desperta a curiosidade e o repúdio de muitas pessoas, é até que ponto essas alianças políticas, essas mudanças e misturas ideológicas e esses jogos de interesse valem à pena para se chegar ao tão desejado posto político e, depois, para se manter neste?
É isto que me pergunto. Partindo do pressuposto já citado de que é impossível governar sozinho no Brasil, e de que partidos tão radicais quando chegaram ao governo aderiram a esse sistema de política, me causa a dúvida não quanto à competência ou planos e métodos de governo de Marina e seus ministros, mas, se, para sua execução completa, precisará ela utilizar dos mesmos artifícios dos últimos governos.
Resta-nos, porém, pagar para ver. Já que já tivemos a oportunidade de vermos os governos dos dois principais partidos que disputam com Marina, e, como sabemos, decepcionaram. (Lembrando que não me refiro aos métodos de governo que abordam questões econômicas ou sociais).

Por, Heitor Maia – Graduando em Ciências Sociais pela Universidade federal da Bahia.

Um comentário:

  1. Meu grande amigo Thola,

    Confesso que comungo com seu pensamento sobre a política brasileira em alguns pontos, inclusive faço-me constantemente a mesma indagação que você deixou acerca das alianças políticas. Quero somente fazer um acréscimo ao texto, no que diz respeito à possibilidade de Marina Silva e seu grupo político costurarem uma aliança com os mesmos partidos que Lula e o PT fizeram para alcançar a presidência. De fato, como você mencionou ao longo do texto, para chegar e, sobretudo, se manter no poder se faz indispensável a construação das alianças políticas; para Marina e outros políticos que pretendem sair da condição de oposição ao governo, não será diferente. Essa situação ocorre justamente por conta de uma tradição política do povo brasileiro, segundo a qual, se elege o chefe do executivo de partido oposto ao da maioria dos parlamentares eleitos. Portanto, será um tarefa muito árdua romper com essa marca da nossa política, uma vez que foi criada desde o início da construção do Estado brasileiro. O exemplo de 1989 para cá que você deu nada mais representa que um demonstração de que a história sempre se repete.

    No mais, gostaria de dizer que seu texto está muito bom.

    Abração,

    Cirlânio Moreira

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