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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Carlismo não voltou


Brinquei no facebok ontem que estaria indo às ruas com praguinha no peito, bandeira na mão para vencer a eleição.
Rodamos quase doze horas de relógio fazendo movimentos pelo Canela, Federação, Barra, Rio Vermelho e Imbuí. Eu, Heitor, Daniel, Caps e Rafael, de carro novo e cheio de adesivos escondidos do 25.
Onde a gente chegava era meio que contagiante. No sinal da Garibaldi, enquanto Daniel não chegava, a gente fazia banderaço e colava adesivo em quem passava. Remendando bandeira, algumas fotos e um abraço d’uma senhora que agradeceu a nossa presença. Segundo ela, somente o PT teria passado por alí. Estaríamos então, levando alegria. É sério! As pessoas gostavam mesmo. Isso aconteceu também na sexta no bar Estrela e sábado no Rio Vermelho com as gringas que não nos deram ousadia.
Passou rapidinho, diferente de quinze dias atrás, que a tarde parecia eterna. É que o meu não tava na reta, então tanto fazia, mesmo torcendo muito pela vitória de Neto.
Cinco horas era hora de ir para UFBA, tomar ciência das urnas de lá, que pra nós, só dava PT. A militância estava presente em todas as seções, com reforço de prefeituras vizinhas, inclusive a de Lauro de Freitas, que impediu o candidato do DEM de votar. Doze da noite ficamos sabendo através do fiscal de seção, o juazeirense Vicente, que em todas, absolutamente todas as urnas da Faculdade de Direito da UFBA, Pelegrino não conseguiu ultrapassar 100 votos. Neto acima de 200.
Nesse meio tempo fomos para o Comitê na Vasco da Gama. Os votos eram computados e poucas pessoas se faziam presente. É uma política realmente diferente da do interior. O que me alegrava, contudo, era a quantidade de não burgueses que estavam alí. Muita gente bem vestida, com cara de assessor e chefe de transalvador, mas também o povão, com cachorro de rua adesivado, a galera indo até o chão com o hit de Márcio Vitor, etc.
Com os anúncios feitos por um cidadão no mine-trio que “ele” estaria chegando, o cidadão locutor disse em alto e bom som que “O Carlismo” tinha voltado. Na hora eu e Thola nos olhamos como num filme romântico, mas com cara de desespero.
“Charmuta! Como é que um louco desse fala isso?” Brincou Heitor...
É que comungamos de uma opinião.
O carlismo não voltou e não seria interessante que ele voltasse. Somos novos, portanto, não sabemos muita coisa do que representou essa era, que hoje é encarada como algo pejorativo na cidade de Salvador e idolatrada por outros poucos.
A foto de ACM desfilava ontem lá meio a multidão e cantavam “Ô Ô Ô ACM voltou!”. Acontece que tenho a ligeira impressão de que ACM, o Neto, que tanto fez questão de ser chamado de NETO, carregando por trás a força do avô e mostrando que é, por si só, um brilhante político, vai levar para sua administração somente as qualidades do seu avô. A maior, sem dúvidas, é a de ter aprendido a amar e defender a Bahia. E foi isso que ele disse ontem, disse que aprendeu a amar, respeitar e defender a Bahia com seu avô, que dedicou sua vitória, falando da felicidade de onde quer que esteja, refletia naquele povo.
As pessoas não percebem ou talvez eu e Heitor percebamos demais.
Por trás daquele discurso, deixa claro que o carlismo não voltou. O que chegou foi o Neto de ACM, que com 36 anos de idade era pequeno quando toda a trajetória do seu avô deu início.
Quando veio a falecer, aposto muito na postura de Neto semelhante com a de Luís Eduardo Magalhães, seu tio, que batia de frente com seu pai, discordando e chegando a ser amigo e altamente confiável de inimigos políticos do seu pai. Postura essa que nos direciona pra uma política de reestruturação da capital baiana e o tão famoso choque de gestão, que muitos políticos adotaram pra campanha municipal 2012.
O que me deixa feliz, também, são as boas companhias de Neto, que tem como vice a Verde Célia Sacramento. Acredito que será a responsável por levar até o palácio Tomé de Souza os problemas do subúrbio. Fará com que essa rotulação de Neto em relação ao gueto seja quebrado mais uma vez, isso porque ontem os números mostraram que não passa de mito. Isso também exclui a existência desse temido carlismo. Acho que Toinho malvadeza não daria espaço para atitudes como essa.
Partidos pequenos, como PV e PPS que compõem a coligação de Neto, deixam Neto a vontade para não fatiar a prefeitura, e sim, colocar pessoas técnicas, capacitadas. Parece difícil, mas é menos podre do que aceitar o povo do PT. Não precisa, quando for ler esse texto, botar tanto nojo como eu no “povo do PT”, tá bom?
Tem o PMDB que deu apoio no segundo turno e vai ser uma confusão retada daqui a um tempo pra saber quem vai pra Senado e pra o Palácio de Ondina. Geddel não abre mão, Lúcio já tem a câmara e tem Nestor Neto, que merece um empurrãozinho na política.
O agradecimento de Neto ontem no palanque ao Deputado Federal, Nelson Pelegrino, mostra também a inexistência de Carlismo ou coisa parecida. Parabenizou pela campanha, agradeceu a disputa e disse que contaria com ele, a presidente Dilma, o vice Temer, o Governador Wagner e todos que pudessem de qualquer forma contribuir para o crescimento de Salvador.
Feliz e satisfeito, como diz Vô Zé Fagundes quando come bem, fui embora com a mesma satisfação.
Leve, alegre, contente. Tenho convicção de que brinquei, fiz zuada, mesmo sendo um boca-preta, querendo o bem de Salvador. O bem pra Salvador hoje é ACM Neto, com as qualidades do Avô, com as suas qualidades, com a faca e o queijo na mão. Ele não se queimar.
Então, você aí que ta contente que o “Carlismo” voltou. Desista! Já era!
É hora de seguir o slogan de Beto Maia. Afinal, é tempo de ideias novas.


2 comentários:

  1. Adorei o post Keu e estou torcendo por uma mudança para Salvador!

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  2. Eu também. Neto tem tudo pra apresentar essa mudança. Recursos com a Copa batendo na nossa porta. Boas parcerias, leveza e apoio popular. Que ele saiba retribuir o voto do soteropolitano. Valeu pelo acesso. Volte sempre! :D

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