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quarta-feira, 27 de outubro de 2010
...é de pequenino que se torce o pepino!
Carnaval de 2005 em Jacobina a turma lá de casa inventa de ir mais um ano pra Salvador curtir Ivete e Timbalada... E agora? Seria mais um ano sem fazer nadinha durante seis dias? Porque carnaval na Bahia é assim, são seis dias de muita festa, pouco trabalho e muita despesa pro estado, como brinca o professor de economia (Paulo Moraes).
Assim que fiquei sabendo da viagem do Gundes e da família pra capitá, chamei meu grande amigo Iago e organizamos um reggae daqueles, o que consideram ter sido o pontapé inicial, a abertura do Fagundes Hall.
Mensagens de abertura de msn, orkut's e flog's anunciavam o que estava por vir, tentando ao máximo esconder da tão popular e fuxiqueira Sara Hellen. Muitos me ligavam, procuravam saber como funcionaria, o que seria, e o que tava precisando. No enorme leque de opções de lazer que nossa cidade nos oferece, foram com certeza, mais de cem ligações. Sabe o que era dito?
- Venha, traz quem quiser porque o muído vai ser grande!
E assim foi...
Lá vai eu arrumar a falsa bolsa de viagem dos bananas de pijamas, até porque, pra os meus pais e pra Gi, passaria o final de semana prolongado no sítio de Lorena. Doce ilusão! Rs...
Faltei dizer no texto de Gi que ninguém consegue enganar aquela danadinha!
Uhauhauha
Mas também, arrumar uma bolsa de viagem pra seis dias e num botar escova, lençol, cueca, shorts... Eram mais de 20 camisas na bolsa, todas de cavalgada. Santa burrice.
Tava marcado pro sábado 19h lá na cônego. Eu tinha saído de casa umas 14h e ido pra casa de Lulinha, até esperar Gi ir pra casa dela e iniciar o projeto! Deu 3 da tarde, 5, 6... e nada de Gi sair. O povo começava a chegar lá em casa e ela passava a informação que eu não tava por lá, havia ido pra o tal sítio, dando um banho de água fria no povo que chegava. Também, marcado pra sete o povo chega seis, quer demais, né?! Dips passava de moto disfarçado todo instante com um celular comunicando com a gente, passando informações da situação da casa. Enquanto isso já tinha outra equipe na Jacobina II com um carro pegando o som e a iluminação. Poucos minutos após a chegada do som, ela vai pra casa e nos ligam:
- Pode vir, pode vir que a bagaceira vai começar!
A estrutura era grande, tudo pra fazer o melhor carnaval das nossas vidas. A galera tirou força de num sei onde, botou as caixas nas costas e levamos da matriz até lá em casa. O povo da rua olhava assustado e rindo dizendo:
- Os gatos saem, o ratinho passeia.
Ou então...
- A farra hoje vai ser boa. Eu vou, hein?!
Instalamos o som, gravamos CDs mp3 com ‘reggaeton’, forró e pagode e fomos arrumar a casa. Trancar o quarto de mamãe, botar a geladeira no máximo, tirar os vidros do caminho e virar os sofás de cabeça pra baixo eram prioridades.
Como toda danação, tem que ter a surpresa, o inesperado. Foi aí que a campainha toca e todos se aglomeram debaixo da cama, trancados no banheiro, no teto, onde coubesse e o medo fosse escondido. Respirei fundo e encarei a fera!
Uffa! Não era Gi! Kkk
Era então meu padrinho, perguntando se tava tudo bem, com quem estava e, como sempre, prestando toda a assistência necessária, sendo respondido assim:
- Ow dindo, obrigado! Papai saiu ontem cedo, Gi foi pra casa e fiquei aqui só. Mas ta tudo em ordem.
A descarga desce com tudo!! Xuááááá!
- Sozinho? E esse barulho?
- Não... é que tou... Rapaz, eu nem sei. Só vendo!
Quando ele falou, menino... menino... Já devia imaginar mais ou menos o que se passava.
Foi o tempo dele ligar o carro, o som explodir na maior altura e, finalmente, a bagunça começar.
Tem um corredor lá em casa que nunca vi tanta gente passar ao mesmo tempo, dançando, pulando e jogando vinho nas paredes ao mesmo tempo. A mesa da cozinha era enorme, mas só cabia Lulinha e Marcinho dançando em cima. O sofá já tava do jeito normal com as meninas dançando, rodando a camisa e quebrando todos os lustres da casa. Já deu pra perceber que o estrago foi grande, né?!
Os quartos? Duas camas quebradas e tinha lista para entrar... Agora quem já viu, uma ruma de menino novo... Tudo com onze, doze anos...
Umas 3 da manhã o fuzuê terminou a pedidos da PM, porque num tinha nenhum maior de idade na casa, então, era melhor evitar. Depois de muitos vômitos, pés sujos, paredes pintadas de vinho e vidros do lustre fincados no sofá, começou a operação limpeza. Não lembro quem foi o terceiro elemento, só lembro agora de mim e de Negão Vinicius, que me ajudou muito!
Ao acordar, o melhor!
Pior coisa do mundo é você aprontar e ir dormir, porque você não dorme, vc cochila e tem pesadelo. E era o que parecia...
Uma vizinha novata que eu até hoje amo de coração falava no maior gosto:
- Ei, teve mó festa aí ontem. Pq tu n veio, mulé?
Até hoje tenho vontade de fazer ela engolir o mulé dela.
A outra entra em casa enfurecida, achando na arrumação até absorvente das meninas que deixaram pra trocar lá em casa. (Isso que eu acho bonito – Obrigado meninas).
Depois de várias reclamações, prometer ligar pra papai e me jogar no rio do ouro, a fera se acalmou... Mas só depois de botar todos que dormiam lá pra fora!!
Os dias passaram e adivinha o que aconteceu? Como o povo de Jacobina é muito prestativo, souberam sem nem Gi ligar e gastar.
O Gundes chegou, mamãe chegou, todos coradinhos e perguntaram:
-E aí, como foi de carnaval? Fez o que de bom?
- Foi bom aí, graças à Deus, tava aí, sem graça...
- E não teve nadinha de especial não?!
UahHauhuAUahAHUU
Rapaz, ter, teve... mas especial assim... Sei não!
Depois de conferir todos os prejuízos, faziam só rir... aí deu nisso...
Como dizia o coronel de “Bailei na Curva”:
“É de pequenino que se torce o pepino”
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
E agora, José?
A questão é: Serra ou Dilma? Eu já escolhi, vou votar em José Serra!
Não quero que me contraponham dizendo que Dilma vai continuar o que Lula fez, se usarem esse argumento eu vou dizer com todos as letras que é MENTIRA. Lula virou um fenômeno e eu vejo o governo Lula como um governo bom, não como ótimo/maravilhoso. Precisamos avançar muito e, de um novo presidente, mas quem vai continuar fazendo o que está dando certo e corrigir o errado?
Vou explicar porque Dilma não: ela é uma subserviente do poder e do partido, e para se manter no poder ela faz qualquer coisa, e isso já é um ponto negativo no que tange a questão da ética e da moral, Dilma tem como companheiros o Zé Dirceu, Genoino, Delúbio e Erenice Guerra, ou seja, está completamente cercada de devassos, usurpadores do nosso erário.
Ela não é competente e nem adianta a propaganda dizer que é, porque está sendo desmentida por um secretário que sucedeu a Dilma em 1989, quando ela foi a primeira secretaria de Porto Alegre, ele fala, já faz uma semana e nunca foi desmentido, que a Dilma deixou a secretaria sucateada e com grandes dividas, um caos. Minha maior critica em relação a sua inércia administrativa é que se ela realmente fosse qualificada seria logo de inicio nomeada a chefe da casa civil, e porque não foi? Porque o chefe era o Zé Dirceu, o homem do mensalão, ou será que os petista que idolatram essa estrela vermelha acha que vamos esquecer o maior esquema de corrupção que o Brasil já viu? Foram cerca de R$1.200.000.000 (Um Bilhão e duzentos mil) desviados, esquecer? Nunca!
Dilma poderia ser a nossa presidente se ela tivesse metade da história, da Marina Silva, Heloísa Helena, Zilda Arns ou da melhor primeira dama desse país, Ruth Cardoso, jamais na história desse país.
Alguém pergunta: Dilma como será o investimento em assunto “x”?
Dilma: No governo de presidente Lula, nós já melhoramos essa área, mas..., e eu vou dar continuidade e melhorar.
Quando digo que ela é ela é uma subserviente do poder e do partido, e para se manter no poder ela faz qualquer coisa, eu reafirmo lembrando á todos que em seu plano de governo, que por lei foi registrado no TSE, ela iria legalizar o aborto pelo SUS, e quando foi severamente criticada por todos os membros da sociedade civil, principalmente pelos evangélicos, o que ela fez? Retirou a questão do aborto da pauta do segundo turno. Ora, atentei bem povo brasileiro, se ela se contradiz na campanha porque deixá-la seguir em frente? E o pior, se em plena campanha ela muda a sua plataforma de governo para SOMENTE agregar votos, o que ela poderá fazer caso eleita for?
Dilma não é a nossa melhor opção, e isso não quer dizer que temos que votar no Serra por eliminação, eleição não é prova objetiva.
Porque (eu vou) votar em José Serra?
Porque nunca teve seu nome ligado a qualquer denuncia de corrupção ou malversação do dinheiro público, logo o primeiro critério do voto em José Serra: é a ética, o que não deveria ser, uma vez que todos nós sabemos da obrigação de sermos sempre éticos, honestos e coesos em quaisquer decisões, mas infelizmente no nosso “braziu do PT”...
O segundo critério é a experiência. São quarenta anos ininterruptos de vida pública, já foi testado e aprovada varias vezes, a prova é tanta que o maior colégio eleitoral do Brasil escolheu esse cara para ser gestor da cidade e do estado: São Paulo. Curioso não? Caros colegas Cleuber Fagundes e Iago Itã, Serra já faz o que nós sonhamos em fazer na nossa Jacobina, limpar as nossas serras, as nossas “favelinhas”: Caixa D’água e Leader, “Vamos pintar a casa desse povo, vamos rebocar as casas, desse jeito é feio demais”, esse nosso sonhado projeto Serra chamou de “URBANIZAÇÃO DAS FAVELAS”, ele deu todo material, mão-de-obra e organizou as favelas, e esse projeto está registrado na sua plataforma de presidente. Ao contrário do que se pensa Daniel Cajé, Serra não é só o “homem do Genérico”, o Genérico é bom não é Marcos Andrade? Remédio pela metade do preço é mais barato, mais econômico.
Serra é o presidente que o Brasil precisa para esse novo momento que vivemos, Marina Silva disse em sua entrevista ao Jornal Nacional que: “foi preciso um sociólogo para organizar a economia, um sindicalista para alavancar o país e melhorar a nossa política social e agora de uma professora para colocarmos esse país no lugar que merece”, hoje eu digo assim: foi preciso um sociólogo para organizar a economia, um sindicalista para alavancar o país e melhorar a nossa política social e agora de um professor que tem experiência e visão para termos o nosso lugar de destaque no mundo e corrigir os erros internos, um cara que não é subserviente.
Pois bem, como nós baianos gostamos de dizer é de hoje á oito é eleição, dia 31 de outubro de 2010 eu vou acordar e votar em José Serra porque é o melhor!
Antonio Neto
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Lei de Ficha Limpa
Por Camilla Braga -
A lei de ficha limpa partiu de um projeto de lei de iniciativa popular por meio do qual a sociedade brasileira tenta diminuir o acesso de corruptos ao cenário político brasileiro, usando como instrumento para tal, esta lei que viria a tornar mais rígidos os critérios de inelegibilidade.
A ficha limpa, bem como todos os projetos de lei que partem de iniciativa popular, carrega no seu corpo um grande peso decorrente da mesma representar a vontade soberana do povo. Por esse mesmo motivo, esses projetos de lei tendem a lograr aceitação do legislativo, pois a não aceitação do projeto representaria, por conseguinte um desvirtuamento do legislativo, que na sua essência seria órgão representante do povo e da sua vontade. Mas o fato é que a necessidade de uma iniciativa popular para que uma lei seja concebida e a vontade soberana da população seja respeitada, por si só já representa a falência dos órgãos do legislativo e de sua função essencial de representar o povo. Pois se existe a necessidade da população fazer o trabalho pelo qual os senadores e deputados foram eleitos e bem pagos para fazer, existe também a não representação da vontade popular e o não cumprimento satisfatório de sua função, que é atender por meio de lei os anseios da sociedade.
O caso da lei da ficha limpa representa exatamente essa situação. O Poder Legislativo por não cumprir com sua função viu-se pressionado pela expressa vontade popular e aprovou por unanimidade o projeto de lei de ficha limpa que foi sancionado sem vetos pelo presidente em exercício Luis Inácio Lula da Silva. Poderíamos dizer que esta foi uma vitória espetacular da vontade do povo, e por tanto uma manifestação incontestável da democracia, mas não parou por aí. O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) propôs uma emenda nesse projeto de lei, alterando a sua expressão original "que tenham sido condenados" para "que forem condenados" fazendo da ficha limpa um mecanismo de exclusão apenas para os futuros criminosos protegendo do rigor da lei os que sabidamente já fazem parte da lista de criminosos do país.
Foi nesse contexto que o Supremo Tribunal Federal e o Supremo Tribunal Eleitoral foram chamados a esclarecer pontos que geraram dúvidas; a lei estará com um problema semântico, ou o texto da lei é claro quando tira do seu alcance políticos com Paulo Maluf ? Essa lei valerá para as eleições de 2010? E sua aplicação nesta eleição viria a ferir o texto da constituição? O fato é que estamos às vésperas das eleições e ainda existem impasses quanto a essas questões. No que diz respeito ao texto da lei, que poderia nos dar uma sensação de problema apenas semântico, existe o problema da retroatividade. Deve a lei voltar no tempo prejudicando aqueles que teriam um direito já adquirido? Respondendo a essa questão o presidente do STE Ricardo Lewandowski diz acertadamente que lei de ficha limpa não pune os políticos e que a mesma funciona apenas como um critério de seleção,sendo semelhante ao sistema de credito, que em caso de dividas não nos concede credito até seja regularizada a situação com os credores. O STE pactuando dessa idéia diz que lei de ficha limpa deve ser empregada ainda nas próximas eleições. Porém alguns políticos cujas candidaturas foram indeferidas levaram a questão ao STF, órgão no qual houve grande impasse e a discussão terminou empatada em 5 a 5. O empate, segundo lei de regimento interno do STF, diz que a lei deve ser considerada válida, porém cogita-se a hipótese de esperar o presidente Lula indicar um novo ministro que irá votar, desempatando a situação.
Desta forma o impasse as vésperas da eleição continua, mas o fato é que a decisão do Supremo Tribunal Federal mexe profundamente com o interesse da população, cujo percentual de 85 % é a favor da aprovação da lei de ficha limpa para as eleições de 2010 e já manifesta sua vontade assinando manifesto a favor da constitucionalidade da ficha limpa e o endereçando aos ministros do supremo, acreditando que estes farão valera lei maior, a vontade soberana do povo, que neste momento esta em busca da proteção a probidade e a moralidade necessárias ao exercício dos cargos públicos.
Meus amigos, esse texto foi escrito por Camilla Braga, minha colega de sala na Unijorge. Extremamente inteligente e amigável.
Costumo chamá-la de "minha promotora"... Sei que terá um futuro brilhante. Seria mais interessante a postagem antes das eleições, mas servirá para o segundo turno e para conhecimento geral.
sábado, 16 de outubro de 2010
"Comi feito um padre"
Quando eu digo que lá em casa tem de tudo, vocês acham que é brincadeira.
Ano passado tivemos o prazer de receber na nossa casa uma autoridade, uma eminência, um senhor que preza pelos bons costumes e luta pelos direitos humanos. Foi o padre Vitório.
Era ordenação de Padre Júnior, amigo nosso, filho de Dona Lalá, tio de Ló e viriam outros padres, prestigiar e compôr a mesa para entregar a carta de Bento XVI ao futuro padre. Como eram muitos, papai sempre pronto pra ajudar, se prontificou a receber quantos necessários lá em casa, mas só foi um.
Fomos apresentados, conversamos sobre várias coisas e logo fui admirando o Padre Vitório, pela sua postura, conduta, educação, típicamente visto nas pessoas entregues a Deus.
Era chegada a hora do almoço, dia de sábado, aquele bode assado que hoje morro de saudade e, papai sempre ao terminar, ao dar o ultimo gole de refrigerante, dizia:
- Comi feito um padre!
E agora? Nós tínhamos um padre na nossa mesa. O que fazer?
Quando terminamos, quase todos satisfeitos, Padre Vitório botou mais dois punhados de arroz junto com aquela gurdurinha do bode e recomeçou todo o processo. (risos)
Papai olhou pra mim, pedindo com todas as forças com os olhos que eu não dissesse aquilo, mas não resistir.
- Papai? Comeu bem?
- É, hoje comi feito um padre!
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Todo mundo tem Direito
Devem estar pensando... “Ô mô pai! Lá vem Keu com o que ele aprende na faculdade”.
Ah se fosse...
Eu sei que todo mundo tem direito a vida, moradia digna, previdência, ir e vir, entre outros direitos fundamentais. Mas, mais do que isso, todo mundo tem direito de ter uma “Gi” na sua casa, porque pai e mãe todo mundo tem, quero ver você tem uma terceira pessoa, sempre ali do seu lado.
Uma avó, uma tia mais próxima, um primo mais velho que cuida de você, um cunhado engraçado ou uma irmã chata sempre existem. E uma outra pessoa? Sem absolutamente nenhum vínculo sangüíneo? Será que pode entrar na sua vida sem um pedido de licença?
Era tarde de 1988, na ladeira do hospital regional, na cidade de Jacobina, subia um carro e descia uma menina. Jovem, negra, sem dinheiro, sem perspectiva de vida e desacreditada a procura de um emprego. Essa era Gicélia Rodrigues dos Santos, nascida no município de Piritiba, distrito de Mançambão, um pequeno povoado cercado pela seca e, pequenas plantações de mandioca.
Filha de Dª Júlia e “T”, o qual nunca tive o prazer de conhecer, sempre foi uma jovem trabalhadora, ajudando sempre os seus pais na roça, dentro de casa e com os irmãos mais novos. Sua mãe me contou um dia que tava pra ver menina mais forte e corajosa. Nas roças de feijão ela sozinha carregava um saco de 60 kg, querendo ali, através do seu trabalho, realizar seus desejos de adolescente. Junto com a irmã Sonia, trabalharam um ano intensamente só para no natal, festejar com uma sandália nova que comprara em Miguel Calmon e uma nova colcha de retalho, para se agasalhar no frio da casa sem forro.
Como vinha dizendo, papai com um santo mais do que forte, como mamãe costuma dizer, olhou pra essa morena e falou:
- Quer trabalhar, essa menina?
Pronto! Bastou aquilo para ela ir até a nossa casa e substituir uma outra moça. A relação eu não sei te dizer como era, até porque só nasci em 1992, só sei te dizer que existia uma confiança fora do comum, ao ponto de o nossos viajarem e deixar Sara com essa moça.
Nasce então, o mais bonito do nordeste, que hoje escreve esse relato, o tal do Cleuber Augusto de Souza Fagundes. Com a minha chegada, Gi já havia ensinado Sara a caminhar, dançar, correr, brincar e, pouco mais de 3 anos de trabalho na casa. Mudamos então pra rua cônego samambaia, no leader, e lá estava Gi conosco.
Mudou quase tudo na casa, menos a pessoa que cuidava da gente. Os nossos amigos, meus e de Sara, sempre questionavam meio que assustados...
- Oxente! Por que ela reclama com vocês? Chega a dar umas tapas? Ah se fosse lá em casa!
Eu respondia (acredito que Sara da mesma maneira, ou pior):
- Ela pode. É minha segunda mãe. Fica na tua, caralho!
Um dia tava dormindo, meio cansado da noite anterior e ela sentou na outra cama que tem no meu quarto com pares de meia e dezenas de cuecas. Fiquei observando assim meio de canto de olho e comecei a chorar. Besteira, não é? Mas, fazer o que? Sou assim! Tinha muito mais do que o simples fato de dobrar minhas meias. Era um olhar carinhoso, um pegar diferente naquele pano que uma hora eu iria procurar e estaria ali, do jeitinho que ela faz.
Amada por muitos, odiadas por alguns, respeitada por absolutamente todos. Esse jargão besta é a cara de Gi, pois sua firmeza, caráter, integridade e conduta sempre a-feram uma mulher respeitada e respeitosa, acima de tudo.
Acompanhou todo nosso crescimento. Do primeiro passo dado no chão até o passo mais recente, o ingresso à faculdade.
Hoje ela tem o respeito e o carinho de todos os meus amigos que a tem também como uma amiga, uma mãe que os recebe lá em casa sempre de portas abertas ou não. (risos)
Como profissional é o tipo que toda casa teria que ter uma. Excelente feijão, dedicada, compromissada. Como pessoa, no mundo não tem igual. Portanto, acho que toda casa, todo jovem merecia os conselhos e suas reclamações. Todo mundo tem direito a uma Gi na sua vida, porque só assim o mundo seria um pouquinho diferente.
Espero então, do fundo do coração que ela nunca saia das nossas vidas, como um dia me prometeu dizendo:
Vou embora! Ja cumpri meu papel, né Keu? Já tão grandinho, podem ficar só!
Aquilo doeu tanto que não tive coragem de responder. A briga por ela vai ser grande, porque Sara, por mais irracional que seja, também teria muito prazer em tê-la pra educar seus filhos, mas quem terão esse privilégio, serão os meus.
Ahh! Coitada da minha mulher!
Ow ciume retado! rs
Saia Rodada - Minha maior paixão
Muito bonito fazer um blog e não escrever sobre a maior de todas as minhas paixões.
É isso mesmo, o Forró Saia Rodada é a minha maior paixão e, como toda relação, cheia emoções, alegrias, conquistas, e claro, brigas, muitas brigas.
A banda surgiu em 2001 na cidade de Caraúbas, interior do Rio Grande do Norte, tendo desde o começo Raí nos vocais e um jeito diferente de fazer Forró. Antigamente a banda era chamada de “Alphaset”, o porquê não me pergunte que eu não sei! Quiseram então movimentar o Oeste do Rio Grande do Norte e criaram uma promoção, um concurso, melhor dizendo, para escolher o nome e os cantores da banda, que posteriormente viria a se chamar Saia Rodada e o locutor da rádio local, o cantor (Raí). O primeiro CD oficial da banda foi um estouro total no estado do RN, todas as praias, rádios, carros e pirateiros, em baixa naquela época, ouviam “Problema meu” de Raça Negra na voz do Negão. Os trabalhos que sucederam o volume 1 também obtiveram grande repercussão, dessa vez, saindo do RN e rompendo fronteiras, chegando aos estados vizinhos. Corrinha, bichinha cheia de besteira, resposta da corrinha, melô do bujão e Zé periquito foram alguns grandes sucessos da época até chegar ao hit que apresentou a banda ao Brasil, a nossa eterna Coelhinha. Em 2005 gravaram o primeiro DVD da carreira no Recife, no clube português, lotando a casa e o repertório melhor de toda a história da banda. De Ponto final a Anjo Querubim, de Mudança Radical a O que tem que ser será. Todas, absolutamente todas as músicas foram cantadas pelo público, o que me chamou à atenção quando tive a oportunidade de assistir. O estilo da banda, o jeito de Raí cantar, a voz de Vânia (na época vocal) e a qualidade dos músicos talvez tenham feito ali, um admirador daquele conjunto. O tempo foi passando, a mania de escutar a banda crescia cada vez mais e chegou ao ponto de me sentir íntimo, sem nem conhecer.
Minha relação com o Saia é tão intensa que me sentia responsável, em alguns momentos, pelo seu sucesso em Jacobina, na Bahia até. No dia 23 de dezembro de 2006, depois de conhecer quase tudo da banda, Jacobina recebeu a banda no Casarão do Forró. Botei minha melhor camisa, melhor perfume e fui com Luquinhas, amigo meu lá da Cônego. Eu cheguei cedo à festa e fiquei das 00h00min até as 04h30min esperando a banda chegar de Senhor do Bonfim. Assim que chegaram, corri em direção a todos, falando o nome pedindo por uma foto. Troquei duas palavras com Raí e saí pela festa, muito doido, doidão, dançando e cantando tudinho! Em 2007 meu segundo show foi em Goianinha-Rn, a 1250 km de Jacobina, onde lançaram duas que viriam a ser grandes sucessos da banda. A maratona de shows continuaram e cheguei a casa dos 16 shows, um número pequeno pela quantidade de shows que a banda faz pela Bahia, mas a dimensão geográfica do nosso estado juntando-se a minha lisura não permite o meu deslocamento. Foram 2 shows no Rio Grande do Norte e 14 na Bahia, divididos em Jacobina, Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Pé de Serra e Várzea do Poço. As aventuras de cada show, contarei separadamente.
Uma das melhores datas da minha vida foi o dia 21 de novembro de 2008. Era aniversário de Dips e resolvemos fazer um reggae lá em casa, daqueles pesados, muito doido! Um dia de sexta feira, nem fui pra aula... Fiquei em casa limpando a piscina, a churrasqueira, gelando os guaranás e prendendo Quincas. Uma da tarde a putaria começou. O inesperado tava por vir, porque a banda estava na cidade e fomos lá, chamar pro reggae. Ket Furacão, amigo(a) da galera disse assim a Raí:
- Ei, Keu ta aí, quer falar com você!
Quando entrei no quarto, acreditava não. Pode parecer gay, mas somos Raizeiros, botamos pra moer. É apenas uma relação de fã x ídolo. Se você não tem, problema é seu, nunca vai sentir isso.
- Você que é Keu? Famoso pelas coisas na internet... (se referia as inúmeras brigas que travava no Orkut)
- Pois é! E aí? Vamos num churrasco! Galera ta esperando.
- Oxe! Vou nada, má! Tem muita gente lá? Teus pais tão lá?
- Bora rapaz! Só tem umas 15 (tinha pra mais de 50) – Papai disse que era pra eu chegar com a galega, senão ninguém entrava! – (brinquei com ele)
Por fim, se ajeitou e fomos. Num clima super amigável, um churrasco super massa, tomamos dois litros de uísque de mamãe escondido, ele cantou muito doido, eu mais ainda lá em baixo e os meus amigos todos lá em casa, pulando da varanda pra piscina, tudo doido também!
Em 2009 a dose se repetiu, mas não foi tão bom, porque dessa vez tinha pra lá de 200 pessoas, parecia mais o Forró Light.
Hoje em dia, a relação Keu x Saia Rodada está bem mais fortalecida, diria até que um pouco acomodada, porque não tenho mais a mesma paixão devido a alguns erros cometidos pela parte empresarial-administrativa da banda que me deixa muito insatisfeito. A presença de Raí e alguns músicos ainda fazem manter viva a paixão pela banda.
Hoje seria tolice minha, mas Saia Rodada já foi, com certeza, a melhor banda de Forró do Brasil. Primeira banda a fazer o Forró Elétrico em Caruaru, turnê na Europa, primeira banda no carnaval de Salvador, recorde de público em várias casas de show pelo Nordeste, apresentação em programas globais, músicos formados e uma legião de fãs. São esses os grandes feitos da minha banda, do Saia Rodada.
FOTO = PRAIA DO FORTE - OUT. 2007
sábado, 9 de outubro de 2010
Fim do duelo
Dia desses recebi uma ligação no mínimo diferente.
Apareceu no visor do celular o nome Isis Franco. É esse o nome de uma grande companheira de colégio, onde vivemos mais de 15 anos, compartilhando o mesmo colégio, a mesma sala, os mesmos professores, porém, idéias diferentes. E bota diferente nisso.
Cleuber, Antonio Neto, Daniel Cajé e Isis Franco. São esses os únicos resistentes do começo ao fim da trajetória escolar no Yolanda. Tenha certeza que são nomes de peso, significativos na história do colégio, na vida de Pró Ana, de Galdino e todos os outros professores que deixaram o seu legado.
Assim como personagens do naipe de Paulino, Ana Patrícia, Clebinho, Fredson, Bob, Dulce, Alda, Mário, Márcio e outros profissionais marcaram nossas vidas com a amizade construída dentro e fora da sala de aula, nós, com certeza, marcamos a vida dessa galera. Acontece que no meio de tudo isso existia duas pessoas em constante conflito. Opa! Falou conflito? Então é Keu, só pode! Pior que era... Eu e Isis.
Não era direto, mas algo que me deixava chateado com a postura dela e ela com a minha, resultando em antipatia.
Não vou saber te explicar agora o porquê disso tudo, até porque vejo hoje que não fazia sentido algum, mas chegou ao ponto da coordenadora (Graciete) ir à nossa sala e perguntar o que acontecia, tendo uma resposta minha no mínimo, infantil. “Adianta ela”. Foi o que falei na sétima série quando perguntado sobre o que fazer com tal situação. No segundo ano voltaram a ter essas birras, dessa vez um pouco mais séria por envolver a família e a sala toda. Em seguida, com o fim da era chegando, não sei se a coisa melhorava ou piorava, porque as aulas de matemática eram insuportáveis pra ela e divertidíssimas pra gente. Ou seja, ela queria estudar, a gente não.
Na formatura, no texto que ela fez dizia assim: Cleuber, Keu. Amo-o ou odeio-o? Nem eu nem ela sabemos responder, mas sabemos que o respeito e o carinho que um tinha pelo outro, apesar de toda a minha palhaçada, sempre foram grande, mesmo escondido, guardadinho lá dentro.
E é por isso que digo que a ligação foi no mínimo diferente, só em ter me ligado foi uma surpresa enorme, imagine com toda a prosa que nós tivemos que foi uma maravilha. Ela chorava de lá e eu de cá. Ela perguntou: Oxe! Eu tou chorando aqui e tu rindo aí é, Keu? (risos) – Mal sabia ela que me acabava do outro lado... Agradecendo pelo simples fato de ter convidado ela pra um “reggae”, eu me sentia super bem por ter feito algo tão simples que muda um troço tão sério. Ali talvez tenha sido o recomeço, uma pedra nas brigas do passado com uma nova janela para o que nos espera.
FOTO - Aniversário de 14 de Iago Souza - A intenção de Pró Rita (Mãe dele) era reunir na foto amigos de infância - Faltou Netão e Lorena Bocão
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Um ponto seguimento
Enfim, o fim!
Que nada... O começo!
Depois de 60 dias de campanha política, uma das mais engraçadas que já tivemos, chegamos ao tão sonhado segundo turno. Não foi com a candidata que esperava, porque juro pra você que um dia sonhei com Marina no segundo turno.
No Domingo acordei bem cedo, sentei no trono e em seguida pulei nú, do alto pra piscina, numa alegria e confiança fora do comum, gritando: Bora Marina!!!! Em seguida, depois de um bom banho gelado, botei minha cueca e minha camisa verde. Por todo o dia permaneci com aquela vestimenta, até porque nunca vi moleque mais supersticioso... Depois de um dia tenso, aguardando ainda a sua presença no segundo turno, chegamos aos resultados finais, dos nossos deputados, senadores, governadores e, os dois presidenciáveis para o segundo turno. Foi a minha primeira vez que votei tendo o prazer de decidir o nosso representante executivo. Foram seis votos e eu não ganhei nenhum, mas votei com a absoluta certeza que era o melhor para a coletividade.
Eu vejo em Marina a figura da minha representante, pelo seu sorriso sincero, pela sua força invejável por trás da mulher franzina que veste renda do Pará.
Como posso considerar essa mulher uma derrotada? Filiada a um partido pequeno (PV), sem alianças políticas e com apenas 1,20' de propaganda eleitoral, ela obteve com méritos próprios quase VINTE MILHÕES de votos.
Alexandre Garcia, da Rede Globo, caracterizou os eleitores de Marina como "eleitores cabeça". Me senti extremamente honrado por fazer parte desse time.
Eu acho bonito demais, depois do Brasil conhecer a sua força, a Globo, a Veja, e outros grandes veículos de comunicação publicarem notícias da Marina, dando o seu devido valor. Seus votos serão providenciais no segundo turno, mas, eu no lugar dela, faria o que tenho quase certeza que ela vai fazer (rs), que é ficar neutra. Uma boa opção é encaixar o seu plano de governo em um dos dois partidos, porém, mais interessante ainda é ela ficar neutra, não fazer parte dessa podridão e, finalmente em 2014 voltar com tudo, com a nossa nova forma de fazer política.
Aos amigos que postaram seus textos aqui, meu muito obrigado. Não é obrigado por ter me dado um texto e atualizado o meu blog, e sim por me dar o prazer de ler o que vocês escrevem, os posicionamentos e, principalmente, o nosso avanço. É de arrepiar. :)
Adoro vocês, de coração, como dizia nosso Zé. (Lin Yu An)
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