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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

...é de pequenino que se torce o pepino!


Carnaval de 2005 em Jacobina a turma lá de casa inventa de ir mais um ano pra Salvador curtir Ivete e Timbalada... E agora? Seria mais um ano sem fazer nadinha durante seis dias? Porque carnaval na Bahia é assim, são seis dias de muita festa, pouco trabalho e muita despesa pro estado, como brinca o professor de economia (Paulo Moraes).
Assim que fiquei sabendo da viagem do Gundes e da família pra capitá, chamei meu grande amigo Iago e organizamos um reggae daqueles, o que consideram ter sido o pontapé inicial, a abertura do Fagundes Hall.
Mensagens de abertura de msn, orkut's e flog's anunciavam o que estava por vir, tentando ao máximo esconder da tão popular e fuxiqueira Sara Hellen. Muitos me ligavam, procuravam saber como funcionaria, o que seria, e o que tava precisando. No enorme leque de opções de lazer que nossa cidade nos oferece, foram com certeza, mais de cem ligações. Sabe o que era dito?
- Venha, traz quem quiser porque o muído vai ser grande!
E assim foi...
Lá vai eu arrumar a falsa bolsa de viagem dos bananas de pijamas, até porque, pra os meus pais e pra Gi, passaria o final de semana prolongado no sítio de Lorena. Doce ilusão! Rs...
Faltei dizer no texto de Gi que ninguém consegue enganar aquela danadinha!
Uhauhauha
Mas também, arrumar uma bolsa de viagem pra seis dias e num botar escova, lençol, cueca, shorts... Eram mais de 20 camisas na bolsa, todas de cavalgada. Santa burrice.
Tava marcado pro sábado 19h lá na cônego. Eu tinha saído de casa umas 14h e ido pra casa de Lulinha, até esperar Gi ir pra casa dela e iniciar o projeto! Deu 3 da tarde, 5, 6... e nada de Gi sair. O povo começava a chegar lá em casa e ela passava a informação que eu não tava por lá, havia ido pra o tal sítio, dando um banho de água fria no povo que chegava. Também, marcado pra sete o povo chega seis, quer demais, né?! Dips passava de moto disfarçado todo instante com um celular comunicando com a gente, passando informações da situação da casa. Enquanto isso já tinha outra equipe na Jacobina II com um carro pegando o som e a iluminação. Poucos minutos após a chegada do som, ela vai pra casa e nos ligam:
- Pode vir, pode vir que a bagaceira vai começar!
A estrutura era grande, tudo pra fazer o melhor carnaval das nossas vidas. A galera tirou força de num sei onde, botou as caixas nas costas e levamos da matriz até lá em casa. O povo da rua olhava assustado e rindo dizendo:
- Os gatos saem, o ratinho passeia.
Ou então...
- A farra hoje vai ser boa. Eu vou, hein?!
Instalamos o som, gravamos CDs mp3 com ‘reggaeton’, forró e pagode e fomos arrumar a casa. Trancar o quarto de mamãe, botar a geladeira no máximo, tirar os vidros do caminho e virar os sofás de cabeça pra baixo eram prioridades.
Como toda danação, tem que ter a surpresa, o inesperado. Foi aí que a campainha toca e todos se aglomeram debaixo da cama, trancados no banheiro, no teto, onde coubesse e o medo fosse escondido. Respirei fundo e encarei a fera!
Uffa! Não era Gi! Kkk
Era então meu padrinho, perguntando se tava tudo bem, com quem estava e, como sempre, prestando toda a assistência necessária, sendo respondido assim:
- Ow dindo, obrigado! Papai saiu ontem cedo, Gi foi pra casa e fiquei aqui só. Mas ta tudo em ordem.
A descarga desce com tudo!! Xuááááá!
- Sozinho? E esse barulho?
- Não... é que tou... Rapaz, eu nem sei. Só vendo!
Quando ele falou, menino... menino... Já devia imaginar mais ou menos o que se passava.
Foi o tempo dele ligar o carro, o som explodir na maior altura e, finalmente, a bagunça começar.
Tem um corredor lá em casa que nunca vi tanta gente passar ao mesmo tempo, dançando, pulando e jogando vinho nas paredes ao mesmo tempo. A mesa da cozinha era enorme, mas só cabia Lulinha e Marcinho dançando em cima. O sofá já tava do jeito normal com as meninas dançando, rodando a camisa e quebrando todos os lustres da casa. Já deu pra perceber que o estrago foi grande, né?!
Os quartos? Duas camas quebradas e tinha lista para entrar... Agora quem já viu, uma ruma de menino novo... Tudo com onze, doze anos...
Umas 3 da manhã o fuzuê terminou a pedidos da PM, porque num tinha nenhum maior de idade na casa, então, era melhor evitar. Depois de muitos vômitos, pés sujos, paredes pintadas de vinho e vidros do lustre fincados no sofá, começou a operação limpeza. Não lembro quem foi o terceiro elemento, só lembro agora de mim e de Negão Vinicius, que me ajudou muito!
Ao acordar, o melhor!
Pior coisa do mundo é você aprontar e ir dormir, porque você não dorme, vc cochila e tem pesadelo. E era o que parecia...
Uma vizinha novata que eu até hoje amo de coração falava no maior gosto:
- Ei, teve mó festa aí ontem. Pq tu n veio, mulé?
Até hoje tenho vontade de fazer ela engolir o mulé dela.
A outra entra em casa enfurecida, achando na arrumação até absorvente das meninas que deixaram pra trocar lá em casa. (Isso que eu acho bonito – Obrigado meninas).
Depois de várias reclamações, prometer ligar pra papai e me jogar no rio do ouro, a fera se acalmou... Mas só depois de botar todos que dormiam lá pra fora!!
Os dias passaram e adivinha o que aconteceu? Como o povo de Jacobina é muito prestativo, souberam sem nem Gi ligar e gastar.
O Gundes chegou, mamãe chegou, todos coradinhos e perguntaram:
-E aí, como foi de carnaval? Fez o que de bom?
- Foi bom aí, graças à Deus, tava aí, sem graça...
- E não teve nadinha de especial não?!
UahHauhuAUahAHUU
Rapaz, ter, teve... mas especial assim... Sei não!
Depois de conferir todos os prejuízos, faziam só rir... aí deu nisso...
Como dizia o coronel de “Bailei na Curva”:
“É de pequenino que se torce o pepino”

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