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domingo, 30 de outubro de 2011

Sábado de sol


Ontem, 29 de outubro de 2011, recebi ligações logo cedo de vários e bons amigos. Vinícius, o famoso Negão, Raonne e logo depois uma grande surpresa, o velho e sumido Itã.
Depois do almomoço fomos para a praia da Barra, assistir a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, convite feito pelo S2 da Aeronautica, Felipe.
Sensação muito boa, de tranquilidade, de harmonia. Algumas rodadas de piriguetes (cerveja), risadas e ótimas ideias.
Com muita coisa pra se conversar, atualizar as novidades dos amigos, fiquei feliz com a desenvoltura de Raonne na Fattor Sistema e Consultoria, metido por ter tido o privilégio de ter assistido a Esquadrilha em lugar reservado para oficiais, cedido por Negão (S2 Felipe) e meio que besta por saber das coisas que Itã vem fazendo.
Iago Itã é um amigo de infância, assim como Netão, Daniel, Iago, Lorena, Inha, Marcel e tantos outros. Estudamos juntos no Yolanda desde pequeninos. Quebramos braços, joelhos, testas, pegamos micoses no parquinho a doidado, e fomos separados no terceiro ano.
Pró Cleide, nossa professora da quarta série é tia dele, o que facilitava, de certa forma, a permanência dele no colégio. Em 2009 ela saiu do colégio pra coordenar uma escola Municipal e Itã foi estudar no Colégio Modelo, que é sem dúvidas, um modelo de ensino das escolas públicas. Mexeu com toda a turma a saída daquele nosso amigo. Queríamos formar todos juntos, encerrar aquele ciclo estudantil da mesma forma que começamos. Mas quem disse que a gente não fez tudo isso? Volto a repetir! A amizade dessa turma é algo inexplicável, realmente diferente, especial.
Sabe aquela história que Deus escvreve certo por linhas tortas? Como não concordar com isso? Itã fez um concurso pra ser estagiário da Defensoria Pública da nossa cidade. Pré requisito era ser estudante do terceiro ano do ensino médio e de escola pública. O resto, todos os outros passos que ele percorreu foi mérito dele, a nossa escola particular não teve participação nenhuma. Digo isso porque ele sentava no fundão, bagunçava, aprontava, mas as provas e as médias eram superiores aos demais. Sempre foi diferenciado. E agora, escola particular? Nosso ex aluno é aprovado em concurso? Não!! Eles não teriam essa coragem. Com várias turbulências na escola e com a ciência de que a nossa turma tinha um poder revolucionário, eles não cometeriam esse erro. Certamente tomaríamos decisões que não iriam agradar a direção. Ele trabalhava pela manhã no Fórum e estudava a noite.
Fórum e o Colégio Yolanda são vizinhos, separados por uma garagem sem muros. Ele aparecia na janela do Fórum e era só alguém ver que a euforia tomava conta.
- Itãã! Zubiga! Viadoo!! Apareça, seu viadinho!!
Uma colega de trabalho, Gisele, também aparecia e ficava rindo meio sem graça ao ver tanta gritaria.
- Aê Itã, ta namorador que tá danado... quem é essa? Eu vou, viu? Chama ela, chama!
Os gritos tomavam conta de todos os sobreviventes do terceiro ano. Os professoras nem se animavam pra mandar calar a boca ou se sentar, não adiantava. Folhas dos cadernos eram coladas nos vidros da sala expressando a saudade, avisos ou qualquer besteira.
Outra passagem mais do que interessante e que ainda vou contar aqui foi a viagem pra Guaimbim. Mas é claro que ele tinha que tá entre a gente. Éramos ainda a mesma turma. A viagem era da galera, não era do colégio. Aula de campo a gente faz para a "Escola Agrícola", a gente tava indo com outros fins. A formatura também ele estava presente, assim como outros que por outros motivos tinham saído do colégio.
O motivo de tá contando isso tudo é único e exclusivamente pelo egresso do nosso amigo onde todos os estudantes sonham. Ele, Isis e Heitor tiveram a destreza de estudar na UFBA. Com certeza deve ter sido outro arrependimento ter perdido aquele aluno, a escola particular mais uma vez perdia pra ela mesma.
Hoje ele é aluno pesquisador do curso de Gestão Social e Política da Universidade Federal da Bahia, atuando em áreas que precisam, de fato, do empenho e interesse de homens como ele. Projetos aliados a Petrobrás é um dos três serviços que ele vem desempenhando em cidades do recôncavo baiano. Madre de Deus e Cachoeira estão sendo contempladas.
É sem dúvidas um grande passo pra um mestrado. Vou ter muito orgulho de ter um amigo mestre, doutor de verdade, phd em saber ajudar.
Mas e a tarde de sol? É mesmo... eu começo numa coisa e termino n'outra. Tá pra nascer igual.
Depois do espetáculo da esquadrilha da fumaça contínuamos as conversas até que falei da caminha da diversidade que eu tava querendo fazer em Jacobina. Ele arregalhou os olhos e falou de bate-pronto:
- Keu! Esse poderia ser o primeiro passo do nosso grupo!
Quando viemos aqui pra Salvador tínhamos em mente a criação de uma associação, mas foi esfriando e não deu em nada. Ontem a ideia voltou à tona, dessa vez com mais força, com objetividade. Com a nobreza da sua inteligência, ele me alertou sobre essa caminhada da diversidade, me mostrou um viés que ainda não tinha conseguido enxergar e que ainda não posso revelar.
O que nos interessa mesmo nesse monento é que a conversa foi mais do que proveitosa, iremos nos reunir pra discutir sobre o projeto, o que não nos impede de tomar uma cerveja, até porque Karl Marx escreveu "O Capital" bebendo absinto.

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