Total de visualizações de página

sábado, 31 de março de 2012

Ah se eu fosse tudo isso...


Cleuber Augusto de Souza Fagundes, ou simplesmente Keu, e pra mim, matuto. Deixei para falar dele por último, não por ser menos importante do que os demais, mas por que foi uma das minhas maiores surpresas no Yolanda. Um garoto tímido, gentil e mal educado ao mesmo tempo, cheio de sonhos e ideologias, uma pessoa tão forte e ao mesmo tempo tão fraca, de coração bom e acolhedor, capaz de rir e chorar tão facilmente; instável e decidido; simples e tão complexo; cheio de dúvidas, interrogações e mistérios que nem ele mesmo conhece. Um amigo fiel, companheiro e preocupado, tudo ao seu modo, do seu jeito ‘matuto’ de ser. Sim, ele é matuto, não tente me perguntar o porquê, só sei que ele o é, sem por que, nem pra quê… Digno de confiança e toda amabilidade e cuidado possíveis, pois é fácil de ferir, mas esquece rápido. É, tem memória fraca, mas isso não quer dizer que esqueça de tudo, eu penso que às vezes, ele prefere esquecer. Amante de aventura e adrenalina que o levam a fazer coisas que nem ele mesmo imagina ser capaz. Cheio de histórias pra contar, de conselhos sem jeito pra dar, de formas de falar que só ele tem e de sorrisos e olhares únicos. Desconfiado, taxativo e sistemático. Ou gosta, ou não, não é de duas caras e como ele mesmo diz, não quer se fingir de bom moço, nem distribuir sorrisinhos falsos e nem precisa disso. Gosta de filme, música, futsal, vôlei, handebol, e arrisca até ser guia nas trilhas, que ele mesmo se perde. Dono de um jeito de andar diferente e por que não dizer, irreverente; cheio de si, principalmente quando está com os amigos. Um forrozeiro daqueles apaixonados, capaz das maiores loucuras pra conseguir o que quer, quando o assunto é proteger os amigos, se aventurar e o famoso forró, que o tornou conhecido através da Internet e das inúmeras comunidades em que é moderador. Fã número 1 de Raí Soares, vocalista de Saia Rodada, isso explica a admiração que ele tem pela banda, e, principalmente pelo ídolo, que ele toma como referência e o enche de orgulho e satisfação e o deixa todo besta. Bom, só pude conhecer esse matuto que eu via todos os dias pelos corredores do colégio no início de 2009, através de um grêmio estudantil, quando ele me escolheu para participar de sua chapa – Força Jovem Progressista. Escolha do destino talvez, pois penso que nada acontece por acaso. Ou escolha errada pra ele, por que desde aquele dia, ele não teve mais paz. Sempre eu tinha alguma coisa pra falar sobre o grêmio, idéias tão bestas, discursos enormes sobre coisas tão vãs, passageiras e sem utilidade agora; aquele menino que eu achava ridículo, mal educado e retardado ficava impaciente ao me ver falar tanto e ao ver a minha empolgação, visto que ele não tava nem ligando. Ganhar ou perder, pra ele não importava. A eleição para o grêmio estava acirrada, e eu me preocupava em preparar discurso, cartaz, propostas, folder e etc, até que me surpreendi quando ele me mostrou um texto que fez pra falar no debate; as palavras dele realmente me tocaram, no texto ele dizia que o Colégio Yolanda era sua segunda família, sua segunda casa e que tinha aprendido a ser homem com Galdino, essas foram as palavras dele, e lembro-me como se fosse hoje. A partir daí, comecei a enxergar um Keu diferente, mas ainda tinha meus preconceitos com ele. Nós falávamos tanto sobre o grêmio, ou melhor, eu falava e quando nos demos conta, ele já estava me contando sobre a vida dele, o medo que ele sentia de o pai não deixar ele ir a uma festa e a vergonha que tinha de pedir, também me contava as suas aventuras, histórias mais doidas e diferentes. O tempo foi passando… a amizade foi crescendo, sustentada pelas conversas, que se tornavam diárias. Até que um dia, ao me ver triste e chorando, esse matuto resolve ir me ‘consolar’ sem saber direito o que fazer, ele foi. Não me lembro o que ele disse, ou o que fez, só sei que gostei, gostei de ver que alguém que eu conhecera outrora, se preocupava comigo. De repente, a nossa amizade surgiu como quem não quer nada, aos poucos, sendo regada a cada dia. Hoje, ele sabe mais sobre mim do que muitos que me conhecem há anos, e eu, sei quase tudo sobre ele. Sei do que ele gosta, do que tem medo, do que o faz chorar, da saudade que sente do colégio, dos amigos e das aventuras, do enorme amor que sente por seu pai, do carinho e mais do que isso, da gratidão que tem por Gi, a quem considera como sua segunda mãe, sei das suas pretensões políticas ousadas, do seu temperamento difícil e inconstante, sei do seu jeito de mexer a mão e o dedinho que eu acho lindo, enquanto fala. Do seu olhar de curiosidade, toda vez que algo lhe chama atenção; sei do seu jeito sincero toda vez que vem falar alguma coisa, da sua falta de jeito em determinadas situações, da sua dificuldade de dizer ‘não’ e do seu medo de magoar as pessoas, do jeito de gostar de Quincas, seu companheiro e de marimbondo, que ele nem fala mais. Deve ser por isso que insistem em dizer que gosto dele, eu ‘conheço’ o matuto, um Keu que muitos desconhecem.

Keu Fagundes, como é conhecido, me trouxe uma amizade sincera, natural, desinteressada. Hoje, é como se nos conhecêssemos há muitos anos, pelo menos para mim e todo dia, nos conhecemos um pouco mais. É, foi bom conhecê-lo!

Esse texto é muito especial para mim, enquanto eu o escrevia, as palavras saiam naturalmente. Foi escrito para anexar ao meu memorial, como uma forma de homenagear esse grande amigo e também servir de recordação. Ele sabe o quanto é importante e como é bom tê-lo por perto. A você, se algum dia ler isso, o meu muito obrigada. Obrigada por ter me escolhido pra fazer parte da sua chapa no grêmio; obrigada por me ouvir; obrigada por me entender; obrigada por me atentar tanto; obrigada por confiar tanto em mim; obrigada por dividir partes especiais da sua vida comigo; obrigada por se preocupar; obrigada por ter entrado na minha vida. Espero que a gente não se perca no meio do caminho!

Nós construimos uma amizade sólida e muito bonita. Chega a ser difícil de acreditar que pessoas tão diferentes, conseguem se entender tão bem. Mas sabe o que eu descobri? Nós não somos tão diferentes assim… encontro muitas características suas em mim, e muitas minhas em você.

Te admiro e te gosto muito! =)

De coração…

[Saíze Freire]

Um comentário:

  1. Tradução perfeita de Cleuber Fagundes! Nunca conheci uma pessoa com um coração tão bom quanto o seu.

    ResponderExcluir